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Frota reduzida

Petrobras reduz frota de helicópteros usados no pré-sal

Estatal não pretende renovar contratos de operação de pelo menos 30% das aeronaves envolvidas no transporte de passageiros e cargas para exploração e prospecção de petróleo


As crises enfrentadas pela Petrobras levaram a estatal brasileira a tomar uma decisão drástica. A empresa não vai renovar os contratos de operação de maior parte dos helicópteros de grande porte utilizados no transporte de passageiros e carga para suas plataformas de petróleo e campos de prospecção no pré-sal. O cancelamento da renovação dos contratos - com vencimentos a partir de janeiro de 2016 - atinge todos os táxis-aéreos que cumprem missões offshore para a Petrobras.

Procurada pela reportagem de AERO Magazine, a empresa afirmou em contato telefônico que não comentará quaisquer processos de renovação contratual, mas interlocutores do setor informam que a maior parte dos táxis-aéreos já emitiu notas internas informando a situação atual. Ainda segundo interlocutores de mercado, a frota de cerca de 110 helicópteros da Petrobras deve cair para 70 a 80 aeronaves. 

A decisão da Petrabras se deve a uma conjunção de fatores. Já na principal feira de helicópteros do mundo, a Heli-Expo, realizada no início do ano nos Estados Unidos, falava-se da tendência de estagnação do crescimento da frota de helicópteros de grande porte. O que se ouvia era que, com a queda acentuada do preço do petróleo, a prospecção no pré-sal perderia boa parte de sua rentabilidade, já que os custos de exploração em águas profundas são significativamente mais altos.

Paralelamente, com a reestruturação do plano de investimentos da companhia após a eclosão do escândalo da Operação Lava Jato da Polícia Federal, o abandono dos planos de expansão da frota da Petrobras já era dado como certo.

Este novo plano de racionamento de uso de aeronaves afeta não só os helicópteros usados na prospecção do pré-sal como, também, a frota destina às missões offshore de exploração das plataformas em atividade. Com a medida, acredita-se que helicópteros menores cumpram eventualmente distâncias maiores fazendo escalas em plataformas, ainda que muito poucas plataformas permitam reabastecimento. Os modelos usados para voar a grandes distâncias são Sikorsky S-92, Airbus EC225 e AgustaWestland AW139.  

O mercado de óleo e gás no Brasil chegou a ser considerado o mais promissor nos últimos anos em virtude do avanço na exploração do pré-sal, ainda que analistas considerassem a expansão da Petrobras arriscada diante dos elevados custos envolvidos na extração do petróleo nas bacias  em águas mais profundas. Apesar dos alertas, os principais fabricantes de helicópteros e operadores offshore viam com otimismo a abertura dos novos poços, que colocariam o Brasil entre os maiores usuários de helicópteros de grande porte nesse tipo de missão.

Atualizado às 12h10 do dia 08/12/2015. 

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 07/12/2015, às 19h00 - Atualizado em 08/12/2015, às 12h10


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