Aeroporto internacional passa a operar em novo edifício após obras terem atrasado por quase uma década
A Infraero inaugurou o novo Aeroporto Internacional de Macapá – Alberto Alcolumbre, que atenderá a crescente demanda por transporte aéreo na região norte. A obra recebeu investimentos de R$ 166,4 milhões e ampliou a capacidade do terminal para movimentar até 5 milhões de passageiros ao ano.
As novas instalações do terminal contam com área de 27,2 mil m², dobrando a capacidade anterior do aeroporto. Um dos destaques do terminal é a automação no sistema de ar condicionado e iluminação, algo que não existia no antigo edifício. Além disso, as instalações agora dispõem de 25 balcões de check-in, seis escadas rolantes, 13 elevadores e três esteiras de restituição de bagagem. Outro ponto em destaque foi a instalação de um moderno sistema de prevenção e combate a incêndio, considerado sem igual no estado e inexistente no prédio antigo. A nova estrutura, além da maior capacidade na movimentação de passageiros, conta com 62 pontos comerciais, sendo que 14 funcionam já a partir da inauguração, incluindo lanchonete, caixas eletrônicos, locadores de veículos, agência de viagem e uma perfumaria. A expectativa da Infraero é que outros cinco estabelecimentos comecem a funcionar ainda em abril, enquanto os demais estão passando por processos licitatórios.
As obras do novo aeroporto começaram em 2004, mas uma série de atrasos comprometeram o prazo de entregas. No final de 2017, o Tribunal de Contas da União apontou uma série de atrasos no cronograma e indícios de corrupção, desvio de dinheiro, revisão de investimentos e falta de recursos. A investigação de fraude resultou na Operação Navalha da Polícia Federal.
Após vários anos de paralização a obra foi retomada em 2014, mas três anos depois uma das empreiteiras do consórcio entrou com pedido de falência, atrasando novamente a data de inauguração. O projeto também foi revisado no período, passando de uma expansão do terminal, que agora pode movimentar até 5 milhões de passageiros ao ano, ante a capacidade de 570 mil do terminal antigo.
O primeiro voo a utilizar as novas instalações foi o Gol 1678, procedente de Belém (PA), o que tornou a Gol Linhas Aéreas também a primeira a decolar do novo aeroporto, com o retorno com o voo 1679, para Belém.
Segundo a Infraero, durante os primeiros 45 dias o aeroporto deverá manter a operação assistida, quando serão monitorados o funcionamento de instalações e equipamentos, além de realizar serviços e reparos pontuais no novo terminal. “Nessa etapa, nós teremos um apoio mais intenso do consórcio responsável pelas obras para execução de reparos eventuais ou finalização de serviços menores”, explica Keyla de Moraes, superintendente da Infraero. “Isso ocorrerá sem interferir no funcionamento do aeroporto e é algo que já foi feito nas inaugurações de Vitória e Goiânia”.
O novo terminal de passageiros de Macapá possui condições de receber voos internacionais, ao contar com áreas disponibilizadas para Polícia Federal, Receita Federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Vigilância Agropecuária (Vigiagro). Todavia, não existe expectativa de voos internacionais comerciais regulares para Macapá, que atende basicamente demandas da aviação de negócios.
“A presença dos voos internacionais depende do interesse das empresas aéreas, que vão avaliar questões como demanda do mercado local. Ao mesmo tempo, a Infraero pode buscar contato com operadores aéreos, órgãos públicos e de fomento ao turismo e negócios para que as atividades de alfândega, imigração e vigilâncias sanitária e agropecuária sejam definidas”, explica Keyla.
O acesso ao terminal também foi melhorado, com a criação de um acesso viário ampliado, que leva a um meio fio de embarque com duas pistas – sendo apenas uma delas coberta. Um estacionamento com 780 vagas também foi inaugurado. Para os usuários de transporte público, a prefeitura de Macapá ainda está definindo as linhas de ônibus que atenderão o aeroporto, ainda sem data definida para operação. Por outro lado, a Infraero fechou um contrato com uma cooperativa de táxi para atender o aeroporto.
Para administrar o aeroporto, a Infraero reforçou seu efetivo a partir de programas internos de relocação e transferência, passando de 65 para 82 funcionários, que atuarão nas áreas de operações, segurança e limpeza.
Seguindo novas diretrizes de construção, a nova estrutura possui iluminação natural e uso de lâmpadas de LED, o que a Infraero estima permitir uma economia de energia de 50% em relação ao antigo terminal. Esse sistema, associado à climatização automatizada e aos vidros laminados, devem melhorar conforto ao passageiro e reduzir os gastos com energia. Outra inovação para região é a cobertura do edifício, que possui um sistema de captação água da chuva, que servirá para atividades de irrigação e limpeza. Da mesma forma, foi instalado um separador de água e óleo no sistema de drenagem do pátio de aeronaves, o que faz com que os resíduos de óleos e graxas dos equipamentos das empresas aéreas possam ser filtrados antes do descarte da água.
“A obra também trouxe soluções no sistema água do ar condicionado, transformadores, geradores e circuitos elétricos”, explicou o superintendente de Engenharia da Infraero, Adelcio Guimarães Filho. “Esse conjunto faz toda diferença no dia-a-dia, porque permite menores consumos de energia, água e até de óleo diesel no caso do gerador”.
A Infraero deverá iniciar em breve a demolição do terminal antigo para ampliação do pátio de aeronaves. Por esse motivo, uma das pontes de embarque ficará sem uso até a conclusão desses trabalhos.
Por: Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação
Publicado em 15/04/2019, às 17h00 - Atualizado às 18h36
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