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Dívida de R$ 20 bilhões

Gol pode pedir recuperação judicial nos EUA

Plano da Gol Linhas Aéreas de negociar seus contratos diretamente com seus fornecedores pode não ser viável


Boeing 737 MAX no aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Guilherme Amancio
Boeing 737 MAX no aeroporto de Congonhas, em São Paulo - Guilherme Amancio

A Gol Linhas Aéreas pode entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, para rever contratos em meio ao processo de reestruturação financeira.

Uma possível reorganização financeira seguindo a lei norte-americana do Chapter 11 daria a Gol uma melhor possibilidade de renegociar seus acordos, principalmente os firmados com as empresas de arrendamento de aviões.

A transportadora possui dívidas que somam cerca de R$ 20 bilhões, com aproximadamente R$ 3 bilhões vencendo no prazo de doze meses. Embora suas operações estejam apresentado resultados positivos, a companhia não possui liquidez para honrar os compromissos.

A Gol pretendia renegociar seus contratos com cada um dos seus credores, algo parecido com a operação que a congênere Azul fez ao longo do ano passado, mas devido as dificuldades nas negociações cogita entrar com um pedido de recuperação judicial.

A segunda maior companhia aérea do país poderia seguir caminho semelhante ao da Latam, que saiu fortalecida depois do pedido de recuperação judicial junto a um tribunal de Nova York, assegurando a liderança do mercado no pós-crise sanitária.

Em comunicado ao mercado e aos seus investidores, a Gol diz que "permanece comprometida com o objetivo de captar recursos para fortalecer seu caixa e segue em discussões com seus stakeholders financeiros para alcançar a referida reestruturação consensual, observado, contudo, que não há, na presente data, qualquer definição sobre a forma de sua implementação, motivo pelo qual a companhia entende que não há, neste momento, que se falar em fato relevante".

O grupo Abra, holding controladora da brasileira e da colombiana avianca, contratou advogados e consultorias para assessorar na reoganização dos débitos que inclui R$ 9,3 bilhões em títulos de dívida e R$ 9,8 bilhões atrelados a sua frota.

A apresentação de novas garantias é o principal empecilho nas negociações, já que parte dos ativos da Gol foram incluidos no acordo societário da Abra. O grupo pode inclusive participar do processo de recuperação judicial.

As próximas semanas são cruciais para viabilizar o plano inicial e evitar um possível pedido junto ao tribunal norte-americano, cuja as regras de proteção são mais viáveis tanto para os fornecedores como para a continuidade e viabilidade das operações da empresa.

Por Wesley Lichmann
Publicado em 15/01/2024, às 09h30


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