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Projeto sino-russo

China e Rússia desenvolvem em parceria avião comercial para competir com Airbus e Boeing

Com capacidade para 280 assentos e alcance de 12 mil km, jato promete rivalizar com modelos A330-900 e 787


Os chineses deram um passo além para estabelecer sua presença no mercado global de aviação comercial ao ampliar as capacidades do CR929, o primeiro avião de grande porte chinês. O modelo, que deverá competir no mercado do Airbus A330neo e do Boeing 787 Dreamliner recebeu algumas mudanças de projeto, tornando-se similar em capacidade ao A330-900.

CR929 poderá rivalizar com modelos da Airbus e Boeing no mercado internacional

O avião está sendo desenvolvido entre a chinesa Comac e a russa UAC, ambas atualmente envolvidas nos programas C919 e MC-21, respectivamente, que buscam disputar o mercado dominado pelos Airbus A320 e Boeing 737NG e MAX. O consórcio Craic, que reúne as duas empresas, inclui subcontratadas, como a russa Sukhoi, que deverá ser responsável por parte dos sistemas e estruturas do novo avião.

Um dos destaques do CR929 é sua capacidade, que deverá ser, segundo a Sukhoi, de 281 assentos em três classes. Isso coloca o avião sino-russo basicamente no mesmo mercado do A330-900, que na configuração sugerida pela Airbus pode transportar 287 passageiros em três classes. Embora possua fuselagem mais larga, podendo receber até 9 assentos por fileira, o diâmetro deverá ser de 5,92 m, próximo do A350 XWB, que possui uma seção transversal de 3,96. Acredita-se que o plano da Craic seja posicionar o CR929 no mesmo mercado do A330-900, oferecendo um avião com dimensões externas similares, incluindo uma fuselagem com aproximadamente 63 m de comprimento. O alcance estimado é de 7.460 nm (12.000 km), o que o coloca dentro de um potencial mercado para operadores atuais dos Airbus A330 e A340, assim como de algumas versões do Boeing 767.

Um dos desafios do programa será obter uma rede internacional de fornecedores, mantendo a filosofia do projeto de desenvolver o máximo de soluções dentro das industrias chinesas e russas. Todavia, é provável que o motor será fornecido por algum fabricante ocidental. Com potência requerida na faixa dos 75.000 lbf cada, é pouco provável que ambos países trabalhem no desenvolvimento de um motor com tais características.

A China tem ampliado seus investimentos no desenvolvimento de aviões comerciais, devendo obter acesso a tecnologias sensíveis em parceria com a Rússia. Por outro lado, o acordo com os chineses permitirá aos russos acesso a linhas de crédito, consideradas fundamentais para o andamento de uma série de programas na aviação civil e militar.

Atualmente, o acordo prevê que a China projetará e construirá a fuselagem do avião, enquanto a indústria russa será responsável pelo desenvolvimento e produção das as asas e demais superfícies aerodinamicas.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 24/05/2018, às 15h58 - Atualizado às 16h47


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