Manobra envolve caças, aviões radar, de reconhecimento e de reabastecimento em voo
A Força Aérea Brasileira iniciou um exercício de combate aéreo no Rio Grande do Sul, que se prolongará até o próximo dia 16 de abril. O treinamento, que ocorre na base aérea de Canoas, é focado em missões de combate além do alcance visual, visando treinar pilotos, controladores e equipes de solo para executarem ações dentro do atual cenário de guerra global.
A missão de treinamento inclui a participação de aeronaves de esquadrões de Manaus (AM), Anápolis (GO), Campo Grande (MS), Rio de Janeiro (RJ) e Santa Maria (RS), envolvendo os caças F-5M e A-1M, a aeronave-radar E-99, a o avião de reconhecimento R-35, assim como o reabastecedor KC-130. O helicóptero H-36 Caracal (H225M) atua como suporte para missões de busca e salvamento.
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O emprego de mísseis BVR (Beyond Visual Range) proporciona ao atacante um aumento do elemento surpresa e maior segurança ao piloto, permitindo atuar de maior distância do inimigo, dificultando assim o contra-ataque e mantendo a ameaça distante de alvos prioritários.
Mesmo com orçamento reduzido a FAB, assim como as demais forças, tem mantido um constante aperfeiçoamento de técnicas de defesa e operação ao longo do ano. Um dos principais benefícios ao país para esse tipo de exercício é permitir a melhoria dos tempos de resposta para emergência, permitindo atender no menor tempo possível situações de resgate e de mobilização nacional, como a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais.
"Exercícios como esse são indispensáveis para a FAB manter sua capacidade de desdobramento, ou seja, estrategicamente ser capaz de se mobilizar para qualquer região do país com homens e máquinas altamente preparados para atuarem em um alto nível de integração e excelência", afirma o comandante da Ala 3, brigadeiro do ar Raimundo Nogueira Lopes Neto.
A FAB ainda realizou um treinamento para o uso de aeronaves não-tripuladascom foco em atividades de levantamento da topografia local e da altimetria por meio de pares de fotografias aéreas, além de análise de obstáculos no entorno de aeródromos. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), realizou o exercício em parceria com a empresa Azzimute AeroSense, onde foi analisado as características da superfície do terreno, sua forma e outras características tridimensionais. Neste caso, são verificados os objetos naturais (árvores e rochas) e artificiais (edifícios, ruas, calçadas e paisagismo).
"Duas das maiores demandas que temos no contexto de aeródromos é o levantamento topográfico e a análise de obstáculos. O uso de uma aeronave remotamente pilotada configura ganho operacional devido à economicidade de tempo e mão de obra”, explicou o tenente Eduardo Silva.
O objetivo é registrar o operador e gerar certificados para as aeronaves não tripuladas com peso máximo de decolagem entre 250 gramas até 25 kg, que pretendam voar até 400 pés acima do nível do solo e em linha de visada visual (VLOS).
O exercício ocorreu no campo de aeromodelismo da Ilha do Governador, onde está situado o aeroporto internacional do Rio de Janeiro, em que foram apresentados os tipos de drones, seus modos de funcionamento e a instrução de pilotagem. Enquanto o módulo de fotografia aconteceu no Aterro do Flamengo, onde foram realizados fotogrametria do local, gerando, em poucos minutos, o perfil com as dimensões e alturas pertinentes do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial.
Por: Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação
Publicado em 04/04/2019, às 16h43 - Atualizado às 23h35
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