Voo do drone RQ-900 foi operado por equipes do sul e centro-oeste e transferiu a aeronave entre dois estados distantes mais de 1.000 km
A Força Aérea Brasileira (FAB) conduziu pela primeira vez um voo de translado com uma Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) entre cidades. A manobra ocorreu no 23 de setembro, entre a base aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul e a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, distantes mais de 1.000 quilômetros.
O voo envolveu um drone RQ-900 Hermes, que decolou do Rio Grande do Sul às 3h05 e foi conduzido utilizando apenas link de visada, ou seja, os operadores mantiveram a comunicação com a aeronave através de uma vasta rede de antenas de solo.
A segunda etapa da operação foi comandada por uma tripulação baseada em Brasília, que através de um link satelital, comandou a aeronave não tripulada até Campo Grande.
Por fim, a terceira fase foi administrada por uma equipe local de Campo Grande, que fez a aproximação final e o pouso. O sistema empregado pela FAB é similar ao utilizado, por exemplo, pelos Estados Unidos, na operação de drones em missões de longa duração e distância.
“O traslado permitiu a redução de custos e ampliação da capacidade de pronta resposta do RQ-900 na tarefa de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR)”, acrescentou Heraldo Luiz Rodrigues, comadante do Comando de Operações Aeroespaciais (Comae). A operação foi conduzida pelo Primeiro Esquadrão do Décimo Segundo Grupo de Aviação (1°/12° GAV - Esquadrão Hórus).
Além das missões referidas pelo militar, os Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), como também são conhecidos no meio militar, podem cumprir missões de Controle Aéreo Avançado, Posto de Comunicações no Ar, Busca e Salvamento em Combate (C-SAR) e Reconhecimento Aéreo.
O RQ-900 Hermes é operado na FAB desde 2014, tendo como destaque voos de média altitude e longa duração (cerca de 30 horas). São equipados com um sensor eletro-ótico e térmico DCoMPASS, com câmera colorida de alta definição, sensor de visão infravermelha e iluminador e designador de alvos a lase,entre outras tecnologias.
Por André Magalhães
Publicado em 26/09/2022, às 09h50
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