Aviação brasileira se destaca com recuperação expressiva após a pandemia e aportou R$ 81 bilhões no PIB de 2023
A aviação comercial contribuiu com R$ 81 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil ao longo de 2023, representando um aumento de 3,8% em relação a 2022. O cálculo considera a soma de bens e serviços da aviação comercial nacional, que ainda foi responsável por realizar o pagamento de R$ 34,7 bilhões em salários e R$ 25,4 bilhões em impostos arrecadados.
Os dados foram divulgados no Panorama da Aviação da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que apresenta dados inéditos sobre o setor aéreo no país. Embora distante do poder econômico da aviação comercial nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil mantém uma importante posição entre os maiores países do mundo, com o setor aéreo representando um importante parte do PIB e da logística.
Com base nos dados disponibilizados pela ANAC, a publicação da ABEAR revelou ainda que a aviação comercial foi responsável por exatos 52.214 empregos formais em 2023, um aumento de 7,69% em relação a 2022, quando o número de vagas somava 48.485.
Segundo o panorama, o número de empregos do setor aéreo em Alagoas, Amapá, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal está acima da média nacional de 1% do total de postos de trabalho, considerando a soma de 990 mil empregos diretos, indiretos, induzidos e catalisados pelo setor em todo o país em 2023. Em São Paulo, o setor aéreo como um todo representa 1,61% do total de empregos do estado, ultrapassando a marca de 300 mil ocupações.
“Desde as primeiras publicações, o Panorama se tornou uma referência sobre a aviação comercial brasileira, contribuindo para a compreensão do cenário e dos desafios do setor que gera emprego, renda, bem-estar social, negócios e riquezas, e é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país”, afirma Jurema Monteiro, presidente da Abear.
Um dos destaques do novo panorama é ser agora no formado online, ao invés da versão impressa e PDF, permitindo assim uma atualização constante dos dados. De acordo com a Abear, a plataforma já conta com números disponibilizados para alguns indicadores até junho de 2024.
Outro ponto importante é apresentar a variação da economia em diversas fases, incluindo a variação do câmbio, do preço do querosene de aviação (QAV), do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e da tarifa média do bilhete aéreo.
Por exemplo, entre janeiro de 2018 e junho de 2024, o câmbio teve uma variação de 67,9% e o querosene de aviação (QAV) de 48,5%. Contudo, a tarifa média real aumentou 11% no período, o que reflete os esforços das companhias aéreas em não repassar a pressão dos custos para os consumidores.
Também se destaca a alta nos assentos ofertados pelas companhias aéreasnacionais que á é 5,9% superior ao observado no primeiro semestre de 2019, demonstrando a retomada e crescimento do transporte aéreo no pós-pandemia.
Demanda e oferta doméstica no primeiro semestre de 2024 já superam os números pré-pandemia em 3% no comparativo, enquanto a oferta de assentos-quilômetros (ASK) superou em 5,9% a disponibilidade observada no primeiro semestre de 2019.
No mercado internacional, que teve uma recuperação um pouco mais lenta em relação ao doméstico no pós-pandemia, a demanda no primeiro semestre de 2024 está apenas 1,2% abaixo dos índices de 2019. Na mesma comparação, a oferta medida em assentos-quilômetros segue 3,3% inferior a 2019.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 30/09/2024, às 06h30
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