Para o presidente, o EMALS necessita de um Einstein para entendê-lo
Por Ernesto Klotzel Publicado em 15/05/2017, às 12h09 - Atualizado às 12h31
O “Sistema Eletromagnético de Lançamento de Aeronaves” (EMALS na sigla inglesa), instalado no mais novo porta-aviões norte-americano, o USS Gerald Ford (CVN 78), deveria, segundo Trump, ser sucateado, com a volta da força bruta do vapor para dar o impulso nas decolagens.
“Digital?” Teria perguntado Trump. “É preciso um Einstein para entender como funciona”. A Marinha afirmou que pretende implementar o sistema e encontrou um peremptório “Não” de Trump, que ainda aproveitou para encerrar o assunto: “Nada disso, vocês vão é voltar para o vapor – o digital é muito mais caro e não presta, vocês ainda estão comigo ou preciso chamar o Einstein?”
O EMALS não é tão difícil de entender, mesmo porque seu princípio nada tem de tão novo: sua base é o motor de indução linear, velho conhecido dos trens de levitação magnética popularizado pelos alemães e utilizados em linhas férreas asiáticas. O motor utiliza energia elétrica trifásica para ativar um núcleo magnético ligado ao carro que engata e roda do nariz do jato no lançamento, substituindo os gigantescos pistões a vapor.
A mudança para o muito mais moderno não tem sido um sucesso total e seu custo tem sido realmente maior. As reais vantagens do EMALS são: manutenção menor, maior rapidez no lançamento de aviões ou drones, menor risco de corrosão e outros.
A instalação do EMALS está quase completa para o início dos testes no mar. Será que o presidente Trump pensou em quanto vai custar retirar esse sistema do navio e instalar o antigo? Isso sem falar no tempo e nas modificações estruturais que com certeza serão necessárias.