A TAP Air Portugal pode ser privatizada pelo mesmo governo que defendeu reestatização
Marcel Cardoso Publicado em 12/09/2022, às 10h24
A TAP Air Portugal pode ser privatizada novamente pelo governo português até o primeiro semestre de 2023.
Segundo uma publicação do jornal Expresso da última sexta-feira (9), autoridades locais pretendem acelerar o processo, pouco mais de seis anos depois da maior parte das ações da companhia terem voltado para as mãos da Direção Geral de Tesouro e Finanças de Portugal.
A sua reestatização foi uma das bandeiras do primeiro mandato do atual Primeiro-Ministro, Antônio Costa, alegando que a empresa era estratégica para o país e que, por conta disso, ela deveria ficar sob controle do Estado, mesmo sofrendo forte oposição de autoridades de bens públicos locais (o equivalente ao Tribunal de Contas da União, no Brasil), que alegaram que o governo deveria desembolsar um valor bilionário que seria bancado pela população.
Ainda segundo a publicação, um dos pré-requisitos é manter o centro de operações (hub) em Lisboa (LIS). O Lufthansa Group e a Air France-KLM estariam em negociações para adquirir a TAP, porém, como esta última está próxima de comprar a novata ITA Airways do governo italiano, as chances do grupo francês diminuiriam consideravelmente por falta de fundos.
Em 2015, 61% das ações da companhia aérea haviam sido vendidas para o consórcio Atlantic Gateway, que tem o fundador da Azul Linhas Aéreas, o empresário David Neeleman, como um de seus membros. No ano seguinte, a venda foi revertida e hoje o Estado possui 72% do controle da empresa.
A TAP possui voos diretos de LIS ou do Porto (OPO) para onze destinos brasileiros, principalmente para São Paulo (GRU) e Rio de Janeiro (GIG).