Congresso dos EUA se opõe a uma decisão anterior da administração Obama
Redação Publicado em 22/11/2016, às 13h08 - Atualizado às 14h26
A aprovação anterior abria novas perspectivas de negócios tanto para Boeing como para Airbus. O projeto de lei foi aprovado pelos membros do Partido Republicano com adesão de oito votos do Partido Democrata, responsável pelos 174 votos.
A medida impediria o Departamento do Tesouro dos EUA a conceder licenças que os bancos necessitam para financiar as vendas de aviões comerciais, o mais recente esforço dos congressistas republicanos para se opor ao acordo internacional entre o Irã, os Estados Unidos e outras potências mundiais.
As negociações da Airbus e da Boeing para vender ou arrendar mais de 200 jatos para a Iran Air, ajudaria a modernizar e ampliar sua frota antiga que, após anos de sanções, só consegue operar com peças contrabandeadas ou improvisadas. Embora Airbus seja baseada na França, ela precisa da aprovação do Departamento do Tesouro dos EUA para a realização das vendas, já que 10% dos componentes nos Airbus são fabricados nos Estados Unidos.
Alguns membros do Congresso se preocupam porque a proibição das vendas custaria empregos norte-americanos. Mas a oposição, especialmente os republicanos, que foram unânimes na condenação do acordo nuclear, argumentam que as aeronaves comerciais poderiam ser utilizadas para fins militares, como para transportar tropas para lutar contra os EUA ou aliados na Síria.
É pouco provável que o projeto se torne lei durante a vigência do atual Congresso. Ele teria de passar pelo Senado, onde enfrentaria uma ferrenha oposição dos democratas. E, mesmo se passasse no Senado poderia contar com o veto de Obama. A atual administração acredita que a legislação seria uma violação do pacto nuclear, para o qual o Irã concordou em limitar seu programa nuclear em troca da liberação das sanções.
No entanto, o clima em torno do acordo nuclear pode mudar quando o presidente eleito Donald Trump assumir seu mandato em 20 de janeiro. Durante sua campanha ele criticou o acordo nuclear com o Irã.