Península de Maraú, santuário pouco explorado do litoral baiano, desponta como um dos destinos mais atraentes do Brasil para quem tem helicóptero ou avião
| Donna Oliveira | Fotos | Divulgação Publicado em 07/08/2012, às 06h16 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
Praia Taipu de Fora |
No Baixo Sul da Bahia, na Costa do Dendê, a pouco mais de 400 quilômetros de Salvador, um santuário ecológico se mantém quase intocado. Entre as baías de Camamu e Itacaré, a Península de Maraú desponta como um dos destinos mais belos e preservados do Brasil, principalmente para quem pode chegar voando. Com ares calmos e tipicamente quentes, a região composta pelo pequeno distrito e vários vilarejos possui uma extensão de pouco mais de 40 quilômetros de idílicas praias, ilhas, recifes, piscinas naturais, cachoeiras e mangue, além dos trechos de Mata Atlântica e restinga. Maraú é um segredo bem-guardado em meio ao explorado litoral baiano.
Mesmo sendo um éden pouco revelado, contam os moradores mais antigos, na década de 1930, a península foi frequentada por Antoine de Saint-Exupéry, o celebrado escritor e piloto francês, que teve a aviação como um dos temas centrais de sua obra. Dizem até que não somente passou pela região, como esteve um tempo hospedado numa casa na Ilha do Campinho, povoado de águas calmas, límpidas e profundas cercadas de recifes. Fato ou fábula, é fácil imaginar por que o criador de O Pequeno Príncipe teria se encantado por Maraú. Hoje, os aviadores que quiserem repetir as aventuras de Saint-Exupéry têm à disposição duas pistas particulares para uso exclusivo de hóspedes e áreas vastas para pousar helicópteros. Como ponto de apoio para chegar do Sudeste, há o aeroporto de Ilhéus, ou mesmo o de Porto Seguro.
BELEZAS NATURAIS
O principal povoado da península é Barra Grande, que inspira e expira bucolismo. Pracinha com igreja, árvores características da vegetação como as amendoeiras e rodas de capoeira nos fins de tarde, está tudo lá. Em razão do acesso restrito, a vila de pescadores não perdeu o clima de sossego, ganhando maior agito apenas no verão. As ruas conservam o chão original de areia. E o urbanismo não chegou até lá. O vilarejo conta com a melhor infraestrutura turística, reunindo a maior parte de pousadas, bares e restaurantes – mesmo assim, é preciso levar dinheiro em espécie, pois bancos e caixas eletrônicos só existem na sede de Maraú. A praia de Barra Grande é uma das mais visitadas e a principal da vila. Voltada para a Baía de Camamu, reta, com dois quilômetros de extensão, é famosa por suas areias fofas e claras, mar calmo e morno, pelos inúmeros coqueiros que contornam a orla e por sua principal estrela: o cultuadíssimo pôr do sol. A praia de Barra Grande é ideal para mergulhos e outras práticas de esporte náutico.
De Barra Grande, motorizado com veículo que é facilmente alugado ou disponibilizado pela hospedagem, passando por trilhas na Mata Atlântica, chega-se rapidamente a Taipu de Fora. Ou melhor, ao paraíso do paraíso. Considerada uma das mais bonitas do Brasil, a praia possui a mais incrível piscina natural da península, formada com a baixa da maré. Com extensão de um quilômetro, é cercada de recifes, corais e os mais diversos tipos de peixes em meio às águas verdes.
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Praia de Barra Grande, Kiaroa Eco-Luxury Resort e Baía de Camumu |
Um verdadeiro aquário a céu aberto onde é possível passar horas mergulhando, de dia ou à noite. Ali também há o Morro do Farol, ponto culminante da península, com 51 metros de altura, com visão de norte a sul. Nos quiosques, música de qualidade, culinária regional e espreguiçadeiras à beira-mar.
Na divisa com Itacaré, mais uma convidativa atração da península, a Praia do Cassange. Com menor infraestrutura, e por isso ainda mais sossegada, é a última praia de Maraú. Bastante extensa, de ondas fracas, e adornada com inúmeros coqueiros, um prazer minimalista a ser desfrutado na Cassange é deixar os pés serem engolidos pela amarelada areia fina, considerada a mais fofa da região. Separada do oceano por uma faixa de areia, está a Lagoa do Cassange. São oito quilômetros de pura água, ideal para banho e esportes a vela. Mas o maior atrativo das águas doces é a Cachoeira de Tremembé, situada no vilarejo homônimo acessado apenas por barco, subindo pelo Rio Maraú. Cercada de mata, a queda d’água do Rio Baiano de 30 metros de largura forma um enorme lago que deságua no mar. O passeio começa no Porto Jobel, onde se pega uma lancha, passando por rios e manguezais até chegar ao destino.
#Q#SERVIÇO ONDE POUSAR Nessa área do Kiaroa se encontra a principal pista da região, exclusiva aos hóspedes. A faixa de pouso e decolagem é regular e homologada. O aeródromo de condições operacionais vFR diurna tem uma extensão de 1.000 metros pavimentada com concreto. Seu ponto de referência é 13º54’13” S / 38º56’09” W. Segundo a gerência do resort, foram investidos R$ 2 milhões na construção da pista. Quem chega com sua aeronave, que fica guardada num pátio próprio para o serviço, não faz check-in, mas é recebido com ritual de boas-vindas, que inclui espumante, sucos, frutas frescas e toalhas refrescantes. Na média estação, as diárias para casal no Kiaora custam de R$ 800 a R$ 1.950. Na alta estação, esses valores inflacionam pouco mais de 40%. Kiaroa Eco-luxury Resort Outra opção para quem deseja chegar à península com sua aeronave é a Pousada Taipú de Fora, de frente para a praia que leva o mesmo nome. A pista de pouso particular de 1.000 metros de comprimento é de terra, mas frequentemente nivelada por um maquinário. Além do serviço gratuito de uso da pista e estacionamento do avião na área do hotel, o hóspede tem à disposição lago para pesca esportiva, caiaques, trilhas ecológicas, espaço zen na beira da praia e restaurante de frente para o mar, com camas e espreguiçadeiras por todo gramado. As coordenadas da pista da Pousada Taipú de Fora são 13º56’466” S / 38º55’856” W. As diárias para casal custam de R$ 500 a R$ 975. Pousada Taipú de Fora COMO CHEGAR ONDE COMER A Tapera Restaurante do Jorge O Deck NÃO DEIXE DE FAZER |