Projeto deseja evitar casos como do voo da Malaysia Airlines que jamais foi encontrado após desviar sua rota
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 08/11/2018, às 16h00 - Atualizado às 16h28
Após o desaparecimento do voo MH370, em uma posição entre o Índico e o Pacífico, a ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) passou a recomendar às empresas aéreas que relatassem posições de voo a cada 15 minutos. O objetivo é agilizar o resgate ao reduzir a área de busca.
As recomendações do GADSS-Global Aeronautical Distress Safety System (Sistema Global Aeronáutico de Emergência e Segurança) da ICAO obrigam as companhias aéreas a comprometerem-se com padrões mínimos de rastreamento de aeronaves, com o objetivo de melhorar a segurança, a detecção de aeronaves em perigo e busca e salvamento eficientes e eficazes. A partir do dia 8 de novembro de 2018, quinta-feira, a ICAO encorajará os operadores a relatar as posições das aeronaves pelo menos uma vez a cada 15 minutos e serão acrescentados processos de emergência adicionais a partir de 2021.
A Sitaonair em colaboração com empresas aéreas criou o Aircom FlightTracker, que fornece precisão de voo, maior capacidade de resposta e incremento de segurança ao permitir que as companhias aéreas obtenham maior eficiência operacional em um espaço aéreo cada vez mais congestionado, minimizar os custos e dar suporte à satisfação dos passageiros. O sistema Aircom FlightTracker é um software baseado em terra e de fácil implementação, sem a necessidade de novos aviônicos ou modificações nas aeronaves. A plataforma utiliza dados ADS-B, similar ao já empregado pelo sistema do FlightRadar24. A diferença é que no caso do Aircom FlightTracker os dados fornecidos às companhias aéreas e as ferramentas fornecerem a posição precisa, incluindo velocidade e a altitude, em qualquer lugar do mundo, mesmo em regiões oceânicas e polares. Através de um sistema autônomo que de acordo com o fabricante poderá exceder a recomendação de 15 minutos da ICAO, estando preparado para a indicação das posições das aeronaves a cada um minuto, prevista para entrar em vigor em 2021.
O sistema também teria beneficiado as buscas do voo AF447, que caiu no Atlântico enquanto voava do Rio de Janeiro para Paris, em 2009. As buscas baseadas no rastreamento em tempo real teriam sido restritas a uma área ao menos 10 vezes menor.
O sistema Aircom FlightTracker reune dados de várias fontes globais, incluindo o Firehose data feed da FlightAware, preenchendo as lacunas entre o rastreamento de provedor de serviços de navegação aérea para oferecer rastreamento de voo 100% global com atualizações de posição pelo menos uma vez por minuto. O pacote de dados da FlightAware fornece informação de posição de aeronave ao vivo de sua rede terrestre de receptores ADS-B, bem como da rede ADS-B da Aireon localizada no espaço, hospedada na constelação de satélites Iridium Next, e que também fornece rastreamento de voo em tempo real.
“Com a inclusão do ADS-B da Aireon localizado espaço, a solução da Sitaonair permite que as companhias aéreas excedam os padrões GADSS, as práticas recomendadas e alertar automaticamente os usuários se uma aeronave deixar de transmitir sua posição”, afirma Dominique El Bez, vice-presidente de Produto e Estratégia da Sitaonair. “Como a primeira e única rede ADS-B baseada no espaço, a cobertura da Aireon representa um avanço significativo nas habilidades de rastreamento de voo para toda a indústria da aviação”.
Atualmente diversas empresas aéreas do mundo, como a Avianca Brasil, Azul, Norwegian Air Shuttle, Singapore Airlines e a Vistara, já utilizam o Aircom FlightTracker, em mais de 250.000 voos mensais. A ICAO acredita que o sistema poderá ser empregado em larga escala pela totalidade das empresas aéreas do mundo. A expectativa é que aos menos as maiores empresas aéreas do planeta passem a adotar o padrão de reporte por minuto no próximo ano, com o limite de 2021 sendo cumprido pelas demais empresas do globo.
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