Derivado do Il-96 avião terá capacidade volumétrica superior ao gigante Antonov 124
Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 25/04/2019, às 15h00 - Atualizado às 17h26
A Roscosmos está trabalhando em parceria com a OAK (UAC, na sigla em inglês) para desenvolver o Il-96-500T, que terá a seção superior da fuselagem extensamente modificada e a adoção de uma porta dianteira integral. O modelo será utilizado para transportar seções completas de foguetes para o centro espacial de Vostochny.
No total, a OAK pleneja construir 16 Il-96-500T, entre 2026 e 2034, sendo quatro destinados a Roscosmos, outros seis construídos para o Ministério da Defesa, que deve empregar os aviões em transporte de veículos e sistemas de misseis completos, além de outros seis destinados a operação comercial, através da empresa de leasing Ilyushin Finance Co. Esses últimos podem ser utilizados especialmente no transporte de componentes do avião comercial de fuselagem larga CR929, desenvolvido em parceria com a China.
Ainda que a produção do Il-96 esteja ativa, com média de uma aeronave produzia ao ano, possivelmente o avião será desenvolvido a partir de células já construídas, similar a estratégia da Boeing com o 747 Dreamlifter, que foi montado sob aviões que já estavam em serviço. O objetivo será agilizar o projeto e reduzir os riscos, além de aproveitar aviões relativamente novos.
Um dos destaques do Il-86-500T é sua grande capacidade volumétrica, superior ao do Antonov 124, ainda que a capacidade em toneladas seja inferior. O objetivo é utilizar o novo avião em operações que exijam amplos espaço interno, com cargas com baixo peso total, como estruturas de foguetes, que quando não estão abastecidos são relativamente leves.
Também chama atenção a solução do nariz poder inclinar até 12º, como nos modelos An-124 e C-5 Galaxy. A vantagem é permitir o embarque de determinadas cargas sem a necessidade de elevador especial.
O programa tem um custo estimado em 30,3 bilhões de rublos (US$ 475 milhões), com o primeiro voo ocorrendo em meados de 2026, com as primeiras entregas ocorrendo no ano seguinte.
O conceito embora popular é bastante antigo, tendo origem nos anos 1960, quando os Estados Unidos entraram na Corrida Espacial e a recém-criada Nasa, passou a demandar transporte de componentes com grande volume e baixo peso.
O principal modelo criado na época foi o Super Guppy, desenvolvido pela Aero Spacelines, sobre a plataforma básica do C-97 Stratofreighter. Além da extensa mudança estrutural, onde a área superior da fuselagem passou a contar com 7,6 m de largura (a fuselagem do A380, o maior avião comercial da atualidade, possui uma fuselagem com 7,15 m de diâmetro) o avião recebeu inicialmente os motores turbo-hélices Pratt & Whitney T-34-P-7, aumentando sua performance.
O mais novo membro dos supercargueiros é o BelugaXL, desenvolvido pela Airbus sobre a estrutura do A330, que foi amplamente modificado. A aeronave se destaca por sua enorme área de carga, com mais de 2.200 m³, que conta com comprimento útil total de 45 m e diâmetro de 8 m.