Rússia avança no projeto do seu avião que deverá brigar com Airbus e Boeing

Terceiro protótipo do MC-21-300 realiza o primeiro voo e terá interior completo

Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 29/04/2019, às 15h00 - Atualizado às 16h19

O terceiro protótipo destinado aos ensaios em voo do MC-21-300 decolou pela primeira vez, partindo de Irkutsk para Ulyanovsk Vostochny, onde receberá a pintura completa e interior completo.

A aeronave, MC0004, é a primeira a contar com cabine de passageiros completa, dando sequência a campanha de testes em voo, quando passará a simular situações próximas a encontradas em uma operação regular. A aeronave será empregada para aferir diversos parâmetros relacionados a qualidade do ar, isolamento acústico, ergonomia, nível de vibração, capacidade de deslocamento de pessoas, entre outros.

Após ter sua pintura finalizada, a aeronave será enviada para o mítico aeroporto de Zhukovsky, nos arredores de Moscou, onde quase a totalidade das aeronaves russas são testadas.

A expectativa da Irkut, o principal parceiro do programa MC-21, é que este avião seja o que ficará exposto durante o Moscow Air Show (MAKS), o maior evento aeronáutico da Euro-Ásia, que ocorrerá em agosto.

O MC-21 [MS-21, na singla no alfabeto latino] é um avião comercial com capacidade para até 180 passageiros, competindo diretamente com as famílias Airbus A320neo e Boeing 737 MAX. Ao contrário de programas anteriores, derivados de modelos criados na União Soviética, o MC-21 é o primeiro avião comercial desenvolvido com base nos requisitos do FAA, dos Estados Unidos e com uso exclusivo de soluções e tecnologias russas, integrado com sistemas criados por parceiros ocidentais.

O Sukhoi SuperJet foi desenvolvido no início dos anos 2000 em parceria com a italiana Leonardo, sendo comercializado pela Superjet International, um consórcio binacional para venda e suporte ao modelo.

O foco inicial do MC-21 é atender aos requisitos de renovação das frotas das principais empresas aéreas russas, que devem substituir seus atuais A320 e 737 NG por modelos mais eficientes e avançados. A possibilidade de exportação é vista como um adicional importante ao modelo, ainda que a promoção no mercado internacional tenha sido modesta, em relação aos modelos da Airbus e Boeing.

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