Falta de interesse do mercado aeronáutico força consórcio europeu a diminuir o ritmo da montagem do A380
Por Ernesto Klotzel Publicado em 13/10/2016, às 14h30 - Atualizado às 17h46
Enquanto a Airbus luta para reaquecer as vendas do A380, a fabricante francesa já planeja reduzir o ritmo de produção do avião para apenas uma aeronave por mês, a partir de 2018. A decisão deve proporcionar uma reorganização nas entregas, já que a cadência de montagem atual em Toulouse, na França, é de 2,5 unidades.
A linha atual sofre com a baixa demanda e o custo elevado de manutenção de funcionários e operação. Com a redução, a Airbus espera ganhar tempo para reaquecer o mercado, além de manter por mais tempo a linha de produção funcionando após a entrega da última aeronave encomendada.
A Airbus continua acreditando que o A380, que tem capacidade média para 544 passageiros, é a solução para o congestionamento nos aeroportos. Suas vendas, porém, foram as que mais sentiram com a adoção maciça dos grandes bimotores, em espacial do Boeing 777-300ER e do A350 XWB, mais recentemente.
Por serem mais eficientes e possuirem alcance comparável, com uma capacidade de passageiros não tão inferior, mas dentro dos limites da maioria dos aeroportos do mundo, os bimotores tornaram-se mais adequados às operações atuais.
Devido ao elevado investimento feito no A380, a Airbus ainda se mantém relutante em lançar o A380neo, com algumas melhorias aerodinâmicas e novos motores. Os custos voltariam a manter o programa longe do ponto de equilíbrio e os potenciais compradores, hoje restrito à Emirates Airlines, não justificam a nova versão.