François Holland tem encontro privado com Lula e debate sobre o assunto Rafale
Redação Publicado em 14/12/2013, às 13h53 - Atualizado às 13h53
A visita do presidente francês, François Holland, inclui na agenda a definição do programa F-X2, considerado um assunto estratégico e comercial de grande importância para os interesses da França.
Entre os membros da comitiva oficial estão importantes executivos da Dassault e da Rafale Internacional, que tentam virar o jogo novamente a favor do Rafale. Após a mudança do governo, o Rafale, que contava com o apoio explícito do então Presidente Lula e do Ministro da Defesa Nelson Jobim, perdeu forças no Planalto e viu o Super Hornet tomar a liderança. Porém, após os escândalos de espionagem por parte do governo do EUA, os franceses esperam rever a opção brasileira.
Na agenda oficial de Holland há um encontro privado, na embaixada da França, com o ex-presidente Lula. Além de encontro com ex-presidentes raramente fazer parte da agenda oficial de um Chefe de Estado, uma reunião particular chama a atenção. Entre os analistas políticos é dado como certo que o tema do encontro foi o F-X2. Os franceses enfrentam não apenas a falta de interesse da FAB no Rafale, que o colocou na terceira e última posição no relatório final, mas também tentam se desvencilhar dos inúmeros problemas diplomáticos envolvendo os dois países. O primeiro foi ainda com o presidente Sarkozy, que votou contra o acordo do Irã na ONU, contrariando os interesses brasileiros. O segundo envolveu o próprio Holland, que não apoiou o candidato brasileiro a OMC.
O que se debate em Brasília é que o governo francês busque formar um poderoso lobby, com o apoio do ex-presidente Lula, para convencer o governo de optar pelo Rafale ainda este ano. Fontes no Comando da Aeronáutica confirmam que Holland sugeriu o leasing de 12 unidades do Rafale, que poderiam ser entregues ao longo de 2014 para substituir provisoriamente os Mirage 2000. O contrato seria provisório e sem compromisso de compra, sendo apenas uma “gentileza” política.
Porém, as chances do caça francês continuam em baixa, pois a FAB se mostra relutante em operar um dos aviões mais caros da atualidade. Dentre os três finalistas o Rafale possui o maior custo de operação e de manutenção, que segundo militares, que preferem o anonimato, chega a ser o dobro do valor do Gripen.
O Gripen, que chegou a ser escolhido no F-X, volta à cena como o possível vencedor ao F-X2. O motivo seria político, pois permite manter as relações com americanos e franceses dentro da normalidade e ainda agrada os militares que vêem com bons olhos a oportunidade do Brasil poder trabalhar em conjunto com a Saab no desenvolvimento final do GripenNG.
Seja como for, a presidente Dilma se reúne no próximo dia 18 com os militares da FAB, o que será a última chance para o F-X2.