Alta demanda das empresas aéreas para atender crescimento das viagens tem feito o preço dos aviões usados disparar no mercado
Por Micael Rocha Publicado em 08/04/2024, às 15h24
A alta demanda por viagens aéreas tem pressionado as companhias aéreas a buscar no mercado mais aviões para ampliar as frequências de voos ou mesmo abrir novas rotas. Todavia, a crise gerada pela quebra na cadeia de suprimentos há quatro anos ainda não foi completamente superada, o que tem atrasado a produção de novos aviões.
Além disso, os problemas na Boeing e a dificuldade da Airbus em ampliar no curto prazo sua linha de produção têm potencializado a procura por aeronaves usadas, o que por sua vez gerou uma escassez da oferta e a consequente disparada nos preços.
O mercado mais afetado é de aeronaves de corredor único, o mais procurado pelas as companhias aéreas, que elevou especialmente os valores dos Boeing 737 MAX e o Airbus A321.
Um levantamento da agência Bloomberg, baseada em dados da empresa Ishka Global, empresa especializada no monitoramento de preços das aeronaves, mostrou que um 737 MAX 9, o maior avião da família já certificado, com três anos de uso tem um aluguel mensal mais alto do que o registrado antes da pandemia. O mesmo fenômeno ocorre com o 737-900ER, que se aproxima hoje dos mesmo valores do início de 2020, mesmo sendo um avião consideravelmente mais antigo agora.
Conforme a tabela da Ishka, em 2020 o aluguel mensal de 737 MAX 9 era de US$ 305 mil por uma aeronave praticamente nova, agora o mesmo avião, com três anos de uso tem um leasing médio de US$ 315 mil por mês. Já a maior alta atinge o Airbus A321, que se tornou um dos mais procurados pelas empresas aéreas, especialmente por sua grande capacidade de transporte em rotas médias. O valor atual é 60% maior do que o registrado em 2021, com aluguel mensal ustando em média US$ 335 mil.
Com a escassez de aviões disponíveis no mercado, o preço dos aluguéis de aeronaves usadas já haviam disparado no final de 2021, quando foi registrado o primeiro pico de viagens aéreas após a pandemia de Covid.
A Airbus e a Boeing, dominam o mercado de aeronaves de fuselagem estreita (narrow body), estão demoraram mais tempo para atender a demanda especialmente por conta da dificuldade dos fornecedores em retormar o ritmo de produção de componentes. Para a Boeing os contratempos com o 737 MAX e 787 afetaram a capacidade de entregas nos últimos dois anos.
O mercado de aviação de negócios tem sofrido com o mesmo problema, com dificuldades na ampliação do ritmo de produção e a consequente alta no preço de usados em diversos segmentos.