Autoridades portuguesas afirmam que custo está acima do orçamento projetado
Por Edmundo Ubiratan - Fotos: Divulgação Publicado em 16/01/2019, às 17h00 - Atualizado às 17h38
A força aérea de portuguesa não descarta cancelar a participação do país no programa KC-390, caso a Embraer não reduza o valor unitário dos aviões. A informação noticiada pelos principais jornais de Portugal, afirmando que o orçamento previsto para a compra dos aviões é de aproximadamente 830 milhões de euros, com o governo não estando disposto a ultrapassar tal valor.
Atualmente a Lei de Programação Militar prevê investimentos na ordem de 4,7 bilhões de euros no reequipamento e modernização das forças armadas de Portugal até 2030. Nesse montante encontra-se o orçamento previsto para a compra de cinco KC-390, assim como um simulador de voo e peças de reposição.
Segundo as autoridades militares o valor disponível no orçamento para cada avião é de 97 milhões de euros, ante o valor estimado em 120 milhões de euros, pela Embraer. As autoridades portuguesas consideram o valor exagerado.
As autoridades militares de Portugal ainda buscam uma forma de reduzir o custo, como terceirizando os serviços de manutenção e mesmo sistemas, que podem ser adquiridos diretamente dos fabricantes, sem a necessidade de integração pela Embraer.
Outra opção, pouco provável segundo as próprias autoridades, é adquirir o C-130J, a versão mais moderna do Hercules, da norte-americana Lockheed Martin, ou ainda o A400M, da Airbus, embora o último seja de uma classe superior, concorrendo com o Boeing C-17.
Portugal é um dos principais parceiros do programa KC-390 e deverá ser o primeiro membro da Otan a adquirir o cargueiro brasileiro.
Procurada pela reportagem, a Embraer afirmou que não comenta o tema.
A Embraer e Boeing deverão formalizar uma aliança estratégica para promoção do KC-390 no mundo, com a fabricante brasileira detendo 51% do negócio, enquanto os norte-americanos terão os demais 49%.