Pilotos de caças F-15 de Israel entram em greve

Protestos contra o primeiro-ministro levou quase todos os pilotos do 69º Esquadrão a declarar estado de greve e se negaram voar em seus caças F-15

Por André Magalhães Publicado em 07/03/2023, às 13h05

Um dos temores dos pilotos é que o governo esteja próximo de se tornar ditatorial - Divulgação

Um grupo de pilotos de caça reservistas da Força Aérea de Israel anunciaram uma greve contra a reforma judicial e andamento. Dos 40 pilotos reservistas do 69º Esquadrão, ao menos 37 se recusaram a participar de um exercício de treinamento de um dia nesta semana.

O motivo da greve dos pilotos que voam os caças F-15 é a preocupação que o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, amplamente criticado por alguns setores da sociedade, possa se tornar uma ditadura.

Um piloto militar afirmou ao site de notícias Ynet que a intenção é sinalizar "que não estaremos preparados para servir a um regime ditatorial".

“Na quarta-feira, 8 de março, dedicaremos nosso tempo a discursar e pensar em prol da democracia e da unidade do povo e, portanto, não nos apresentaremos à reserva neste dia, exceto para atividades operacionais. Durante o resto da semana, nos apresentaremos [para o serviço] conforme planejado”, disseram os reservistas na carta, citada pelo canal de notícias 12 e publicada pelo site The Time Of Israel.

Os pilotos têm medo também que as ações do governo possam colocar os militares diante de problemas judiciais em órgãos internacionais, como o Tribunal Penal Internacional.

“Respeito as dúvidas [que você possa ter]. No entanto, minha expectativa como comandante da IAF, assim como a expectativa dos comandantes ao meu lado, é que você continue a se reportar às suas unidades para o serviço; que você continuará servindo e cumprindo seu compromisso com sua unidade, seus subordinados e seus comandantes, com o Estado de Israel, com sua segurança e proteção de seus cidadãos", disse Tomer Bar, general e comandante da Força Aérea de Israel.

As ações militares de Israel englobam ataques, também vistos de maneira negativa por parte da comunidade internacional, como por exemplo, em ações na Palestina que não raro é alvo de ataques aéreos da IAF. O confronto territórial e religioso é um dos entraves de maior tensão internacional.

Além de problemas com pilotos de caça, Netanyahu ainda enfrenta resistência de aviadores civis. A El Al, a companhia aérea nacional, confirmou que diversos pilotos se negaram assumir um voo para levar o primeiro-ministro e sua esposa à Itália para uma visita de Estado planejada para esta semana. Os tripulantes se uniram nos protestos e pediram para sair da escala de voo.

 

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