Estudos da Flight Safety Foundation tenta entender o fenômeno
Por Ernesto Klotzel Publicado em 03/04/2017, às 12h20 - Atualizado às 12h25
Um estudo da Flight Safety Foundation (FSF) concluiu que 54% de todos os acidentes poderiam ter sido potencialmente evitados se o piloto em comando tivesse executado uma arremetida, aumentando simplesmente a potência e retornando para uma nova tentativa de pouso. Muitas vezes a primeira tentativa não era estável sob algum aspecto.
O estudo recente da FSF “Projeto de Decisão de Arremeter e sua Execução” mostrou que o número de arremetidas não melhorou. Apenas 3% das aproximações “instáveis” resultam em arremetidas o que significa que, em 97% dos casos, os pilotos acreditam que podem pousar em segurança à despeito de várias indicações comprometedoras.
Por que motivo as tripulações treinadas profissionalmente ignoram as práticas da companhia com relação às arremetidas e quais os motivos de não haver a necessária intervenção da empresa?
Existe, sem dúvida, um certo grau de risco na realização de uma arremetida, o que é comprovado pelas ocorrências de perda de controle da aeronave durante sua execução. Por outro lado, é uma manobra raramente executada nos simuladores de voo. Os estudos da FSF também confirmam o elemento de risco existente nas arremetidas: uma em cada dez leva a um resultado indesejado. Também mostrou que os pilotos experientes e familiarizados com suas aeronaves têm grande influência nos resultados, assim como a comunicação com a torre de controle durante a manobra.
A implementação de sistemas automáticos de alerta para aproximações e pousos estáveis – onde for possível – será uma grande ajuda para resolver o problema. A chave também está em um treinamento mais realista nos simuladores que possa refletir as diversas condições de operação nos aeroportos.