Congresso norte-americano aprovou verba para manter a operação do avião de ataque ao solo A-10 Thunderbolt, de 'estética questionável'
Por Ernesto Klotzel Publicado em 30/06/2017, às 09h41 - Atualizado às 09h29
Há muito que o avião de ataque ao solo A-10 Thunderbolt anda na corda bamba, à beira da desativação total, embora tenha conquistado ao longo dos anos uma legião de pilotos fanáticos por seu poder de manobras à baixa altura – pois, originalmente ele era considerado um antiblindado por excelência.
De estética altamente questionável, ele pode ser considerado “um canhão Gattling que voa”, pois até seu trem de pouso do nariz fica fora do centro para acomodar a pesada arma.
Com o passar do tempo viu-se que seu poder de manobras ocorre justamente às custas de uma velocidade mais baixa e, assim, vulnerável ao fogo dos blindados. Como avião de ataque ao solo, ele pode transportar outros armamentos além do temível canhão.
Os custos crescentes para mantê-lo em disponibilidade operacional acabaram por atrair muitos críticos com relação a sua manutenção, diante das verbas de defesa sempre limitadas e, no caso do A-10, uma posição secundária na lista de prioridades da Força Aérea dos Estados Unidos, a USAF.
Mais uma vez, no entanto, para a alegria dos pilotos apaixonados pelo patinho feio, ganharam tempo até o próximo embate: persuadidos pela USAF, o Comitê de Serviços das Forças Armadas do Congresso votou uma verba para mantê-lo em voo.
Os US$ 103 milhões votados e mais US$ 20 milhões de saldo do ano fiscal vão ser investidos no reinício da produção das asas do A-10 para o upgrade de 110 dos 283 “Thunderbolt” da USAF. Haverá, sem dúvida, uma redução na frota com o comprometimento da USAF de reduzir para seis esquadrões de A-10 dos nove originais.
Os planos atuais da USAF prevêem a manutenção do A-10 em operação pelos próximos cinco anos. Por outro lado, sem novas asas, os 110 “Thuderbolt” teriam de ser aposentados, existindo uma certa reserva nas asas velhas que podem ser reparadas e rejuvenescidas, existindo pois uma certa flexibilidade.
A USAF tem analisado se e como desativar o A-10, tendo como opositores politicos e militares com atenção voltada para o conflito no Oriente Médio e a necessidade das missões de apoio aéreo e ataque ao solo.
O intervalo de cinco anos dará tempo para que o A-10 – que voa desde 1975 – seja avaliado em detalhes para decidir sua continuidade ou substituição por outra aeronave como o F-35.