Nova geração de jatos permitiu a abertura de voos de ultralongo alcance
Por Wesley Lichmann Publicado em 16/05/2023, às 13h33
Na última década uma nova geração de aviões permitiu a criação de diversas rotas ao redor do mundo. Antes inacessíveis de forma direta, mas diante das necessidades de uma sociedade cada vez mais integrada a nível global, uma evolução de materiais, motores e componentes garantiu o desenvolvimento de jatos que podem ser utilizados em voos com mais de 18 horas de duração.
É o caso da ligação direta oferecida pela Singapore Airlines entre Singapura e Nova York. Separadas por 15.348 quilômetros, a rota que liga a pequena cidade-estado asiática e a principal cidade norte-americana tem duração de 18 horas e 40 minutos a partir de Singapura, enquanto no sentido inverso são 18 horas e 50 minutos.
A operação é realizada com a versão de ultralongo alcance (ULR, na sigla em inglês) do Airbus A350. Sem necessidade de novos tanques de combustível, o A350-900ULR faz um melhor aproveitamento da estrutura dos compartimentos de combustível existentes na aeronave e pode transportar até 24.000 litros extras de combustível, chegando a um total de 164.975 litros.
Como voos de ultralongo alcance promovem alterações no corpo humano, a principal mudança presente está a bordo do A350. Para permitir os passageiros lidarem com aproximadamente 19 horas de duração do voo, a aeronave foi configurada com apenas 161 assentos, sendo 67 na executiva e 94 na premium economy.
Dos dez voos ultralongos, oito tem como origem países da região Ásia-Pacífico, um nos Estados Unidos e um no Oriente Médio. O país que recebe o maior número de voos é os Estados Unidos com sete rotas, que têm como destino final os aeroportos de Nova York, Los Angeles, Dallas, Newark e São Francisco.
Os principais aviões utilizados são os A350 e 787, que correspondem a 70% das operações, equanto o A380 realizam 20% dos voos e o 777-200LR opera uma única ligação.
Singapore Airlines e Qantas operam, cada uma, três das rotas mais longas do mundo, enquanto a Air New Zealand, Emirates, United e Air India completam a lista.
Com o recente anúncio da Qatar Airways que reiniciará, em setembro, as operações entre Doha e Auckland, a rota se tornará a terceira mais longa do mundo, com 14.535 quilômetros. O voo será operado com os Airbus A350-1000 configurados com 327 assentos em duas classes e terá duração de até 16 horas, com saídas de Doha, enquanto no sentido inverso o tempo de voo poderá ser superior às 17 horas.