Encontro de aviadores criado por Fernando Botelho recebe mais de 100 aeronaves e mantém vivo o espírito de seu idealizador
Textos E | Fotos Ricardo Beccari Publicado em 11/07/2012, às 12h12 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
Esquadrilha Extreme com seus três aviões NA T-6
Uma das coisas mais gostosas na aviação é sentar-se à porta de um hangar com amigos aviadores para bater um bom papo. Cachorro, churrasco, cerveja e conversa fiada. Um típico cenário de aeroporto de interior, onde tudo é tranquilo. Foi com esse espírito de aeroclube que o empresário e aviador Fernando de Arruda Botelho abriu as portas de seu aeroporto particular para donos de aviões e fanáticos por aviação. E assim começou o encontro do "Broa". O nome do eventoé o mesmo da fazenda onde está localizado o aeroporto, anexo a um condomínio de casas e a um resort com direito a campo de golfe, restaurante e uma represa para se praticar esportes náuticos, um pedaço tranquilo a 220 km a noroeste da capital de São Paulo. Com o tempo, o encontro do "Broa" foi tomando forma de feira de negócios, mudou de nome sem perder o clima e agora é o "Broa Fly In".
Caça AMX pilotado pela aviadora Carla Alexandre Borges |
Neste ano, porém, o Dr. Fernando, como era chamado por todos, participou de uma forma diferente. Por infelicidade, pouco antes do evento, seu idealizador deixou o solo para voos mais elevados. Apesar da ausência, o encontro preservou seu espírito com amigos aviadores, céu azul, música ao vivo e aviões por todos os lados. No total, foram mais de 100 aeronaves. Também por ali, lojas com produtos aeronáuticos e aeronaves em exposição estática, tanto aquelas para venda quanto alguns exemplares militares, como um Embraer Super Tucano A-29, que será em breve o substituto dos bravos Embraer Tucano T-27 da Esquadrilha da Fumaça.
Já o pequeno museu do Broa mostrava réplicas e originais de aviões que fizeram parte da história aeronáutica mundial, como o Demoiselle, de Alberto Santos Dumont, e a réplica do Bleriot XI, primeiro avião do mundo construído com estabilizador ver Já o pequeno museu do Broa mostrava réplicas e originais de aviões que fizeram parte da história aeronáutica mundial, como o Demoiselle, de Alberto Santos Dumont, e a réplica do Bleriot XI, primeiro avião do mundo construído com estabilizador vertical e também a realizar travessia de mar pelo Canal da Mancha, por Louis Blériot, seu construtor, em setembro de 1909.
Não poderia faltar, é claro, o tão esperado show aéreo. O comandante Carlos Edo, líder da esquadrilha Extreme com seus três aviões NA T-6 e um maravilhoso bimotor Beech Bee, emocionou o público, principalmente pela homenagem a Fernando Botelho, realizando a manobra solene Missing Man, uma alusão ao aviador que de uma forma ou de outra desapareceu em ação. Já o tricampeão brasileiro de acrobacia aérea Luiz Guilherme Richieri, em seu Sukhoi SU-31, fez o papel de piloto isolado enquanto o trio de T-6 se preparava para mais manobras. Destaque ainda para o piloto de ensaios e acrobacias Hernani Dippolito, em um Extra 300, projetado para voos ilimitados.
A FAB enviou um caça AMX pilotado pela primeira mulher aviadora formada em 2006, a 1º tenente-aviador Carla Alexandre Borges, que fez três passagens e deixou muitos marmanjos com água nos olhos. Para finalizar, a tão esperada Esquadrilha da Fumaça, que mostrou, como sempre, seus sete aviões em um maravilhoso fundo de céu azul, dando show de habilidade voando em formatura e fazendo cruzamentos de dar frio na barriga, sempre finalizando com um enorme coração.
Neiva T-25 | Extra 300 | Sukhoi SU-31 |
Equipe Textor, com um canard-pusher Cozy e um RV-7 | Esquadrilha da Fumaça |
Beechcraft 17 Staggerwing, do Instituto Arruda Botelho
Hidroavião LS Petrel