Reestruturação dos voos pode reduzir efeitos negativos sobre o clima
Ernesto Klotzel Publicado em 02/03/2017, às 10h40 - Atualizado às 10h44
Modificações em rotas podem reduzir o impacto do transporte aéreo sobre o meio ambiente. Nos voos transatlânticos, a escolha das vias mais “amigas” pode reduzir em 10% os danos provocados no clima para um aumento em apenas 1% nos custos do combustível. São resultados a que chegaram especialistas da Alemanha, da Holanda, da Bélgica, da Noruega e do Reino Unido.
O processo de investigação envolveu a reformulação de rotas correspondentes a 800 voos diários sobre o Atlântico em cinco perfis típicos de tempo no inverno e três no verão. Os dados foram combinados com um simulador de tráfego aéreo, escolhendo 85 variações em cada rota – 17 horizontais e 5 verticais. Em seguida, foram selecionadas as mais eco-eficientes ou seja, a relação mais favorável impacto vs. aumento de custo.
Os aviões afetam o clima ao emitir dióxido de carbono, vapor de água, óxidos de nitrogênio e particulados. Eles alteram a concentração dos gases de estufa (ozônio e metano) e também formam as contrails (trilhas de condensação).
A altitude e localização da aeronave, hora do dia e estação do ano, têm efeito direto sobre o clima.
As contrails afetam tanto a radiação solar quanto a fuga para o espaço da radiação infravermelha emitida pela Terra e sua atmosfera. As emissões tendem a aumentar o conteúdo de ozônio e a redução do volume de metano com o aquecimento do primeiro superando o efeito de resfriamento do metano.
Em certas regiões, os óxidos de nitrogênio podem causar resfriamento. O redirecionamento das rotas pode reduzir os danos ao meio ambiente mas pode encarecer os custos do combustível e da mão de obra.
As pesquisas mostraram que as reduções do impacto no clima eram causadas principalmente ao se evitar a formação de contrails mais quentes ou produzindo contrails mais frios.
O grande desafio futuro é o crescimento da aviação comercial nas próximas décadas o que só pode ser enfrentado com a combinação de diversas opções: tecnológicas, como motores mais “limpos” e eficientes, e operacionais, como um número maior de rotas eco-eficientes.