Junta de especialistas deverá validar as alterações de software propostas pela Boeing
Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação Publicado em 10/05/2019, às 14h00 - Atualizado às 14h37
A FAA (Federal Aviation Administration), a agência de aviação dos Estados Unidos, convocou uma junta de analise para um painel de especialistas da força aérea dos Estados Unidos e da Nasa, para analisar as correções de software do Boeing 737 MAX.
A agência anunciou um novo conselho consultivo técnico do chamado Joint Authorities Technical Review (JATR), que recebeu uma extensa visão geral e participou de discussões subsequentes sobre o design, certificação, regulamentos, conformidade e treinamento sobre as mudanças realizadas no 737 MAX.
Além de participarem dos detalhes finais das mudanças exigidas no 737 MAX, nos próximos meses os participantes da JATR farão uma análise abrangente dos processos de certificação da FAA para o sistema de controle de voo automatizado da aeronave. Cada participante fornecerá individualmente as conclusões sobre a adequação do processo de certificação e quaisquer recomendações para melhorar o processo.
O JATR foi criado apenas como uma fonte de análise e consultoria externa, não sendo necessária a concordância da junta para aprovar melhorias para o retorno dos voos do 737 MAX.
A Boeing trabalha em uma completa reformulação do sistema de software para diminuir a probabilidade de falhas no sistema MCAS, que controla o ângulo de ataque do avião. Todavia, o fabricante não concluiu o processo e não possui uma data final para entregar a versão final revisada. A expectativa é que o 737 MAX continue nas próximas semanas proibido de voar em todo o mundo. Além disso, após ser autorizada a retomada dos voos, os aviões já em serviço deverão ser atualizados, o que demandará mais tempo até a efetiva volta aos céus do modelo.
Toda a família 737 MAX foi proibida de voar em 10 de março, após o segundo acidente fatal em menos de cinco meses. Após a extensa mudança no sistema de propulsão, com instalação de motores maiores e recalibração do centro de gravidade da aeronave, a Boeing projetou um sistema que automaticamente forçava o nariz para baixo em algumas circunstâncias, porém, o mau funcionamento do sistema e possíveis falha no treinamento, levou a perda de controle em dois voos, que ao total vitimou 346 pessoas.