Ministro da Defesa se reuniu com Saab para garantir que acordo seja preservado mesmo com uma eventual fusão do fabricante brasileiro com o norte-americano
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 26/01/2018, às 13h00 - Atualizado em 29/01/2018, às 13h13
O governo brasileiro se movimenta para garantir que a transferência de tecnologia do programa Gripen NG para o Brasil seja preservada mesmo diante de um acordo entre a Embraer e a Boeing. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reuniu-se nesta semana com o presidente da Saab, Hakan Buskhe, em Brasília para tratar do acordo de transferência de tecnologia, que deverá, a princípio, ser repassada principalmente para a Embraer. O encontro ainda contou com a participação do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, e do embaixador da Suécia, Per-Arne Hjelmborn.
O objetivo do encontro foi conhecer as ações do governo brasileiro diante da possibilidade de fusão entre a Embraer e a Boeing. A preocupação da Saab é que as tecnologias desenvolvidas sejam, ao final do processo, repassada à Boeing. Embora o grupo norte-americano detenha alta capacidade tecnológica, os suecos não estão confiantes em repassar detalhes sensíveis do projeto Gripen ao maior fabricante aeroespacial do mundo.
Durante o encontro, o ministro Jungmann destacou que o governo está comprometido em manter o acordo. “Nós temos a preocupação e o compromisso contratual de manter o controle e o sigilo na transferência de tecnologia desenvolvida pela Saab e conjuntamente (com a Embraer)”. A preocupação é manter a transparência na parceria, considerada estratégica para ambos os países e de grande interesse do Brasil.
“Se isso vier a acontecer, a parceria Embraer-Boeing, evidentemente que temos de construir salvaguardas que passarão pelo crivo da Saab", destacou o ministro.
O ministro ainda afirmou que está descartada a cisão da Embraer Defesa ou da Embraer Comercial ou alienação de uma delas e solicitou que representantes da Aeronáutica e dos Ministérios da Defesa e da Fazenda mantenham os executivos da Saab informados de qualquer avanço nas negociações.
A expectativa é que o governo brasileiro autorize a fusão entre ambas as empresas, dentro de regras que mantenha a autonomia do Brasil. De acordo com o Ministério da Defesa, a transferência do controle da Embraer para a Boeing não está na mesa de negociações.