Astronauta foi o piloto do módulo de comando e jamais se afastou completamente da aviação
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 28/04/2021, às 13h00 - Atualizado às 17h17
O astronauta Michael Collins, membro da tripulação da Apollo 11, morreu hoje (28) aos 90 anos de idade, vítima de um câncer.
Assim como parte dos astronautas do programa Apollo, que esteve seis vezes na Lua, Collins após deixar a Nasa evitou a vida pública, ainda que tenha ocupado brevemente o cargo de Secretário de Estado Adjunto para Assuntos Públicos, do governo Richard Nixon. Aliás, a escolha de Collins para o cargo foi bastante incomum, visto que a maioria dos seus antecessores (e sucessores) eram jornalistas ou diplomatas de carreira.
Um dos desafios no período foi lidar com a crescente pressão popular sobre os custos e danos causados pela Guerra do Vietnã. Um dos seus mais famosos pronunciamentos sobre o caso ocorreu na formatura da turma de 1970 na universidade Saint Michael's, em Vermont, onde destacou os embates para propagação de preconceitos em discursos e notícias na época.
“Fazendeiros falam para fazendeiros, estudantes para estudantes, líderes empresariais para outros líderes empresariais, mas essa conversa interna serve principalmente para espalhar as crenças de alguém, para reforçar os preconceitos existentes, para bloquear visões opostas”, afirmou Collins, em uma época que não existia o termo fake News.
Collins foi um dos tripulantes da missão Gemini X, programa que estabeleceu as bases para a missão lunar
Após pedir demissão da função, em 1971, Collins se tornou professor na Universidade de Harvard, sendo ainda diretor do Museu Nacional Aeroespacial dos Estados Unidos (NASM, na sigla em inglês) e pertencente ao Instituto Smithsonian.
O astronauta foi injustamente esquecido pelo público, visto que como piloto do módulo de comando e serviço, ficou na órbita da Lua enquanto seus colegas Neil Armstrong e Buzz Aldrin, caminhavam na Lua.
Sobre não ter sido escalado para compor o time que desceria até a Lua, Collins nunca negou ter tido a ambição, mas reconheceu que o trabalho de pilotar o módulo de comando tinha que ser realizado. “Eu seria um mentiroso ou um tolo se dissesse que tenho o melhor dos três assentos da Apollo 11, mas posso dizer com verdade e tranquilidade que estou perfeitamente satisfeito com o que tenho”, afirmou.
Collins conversou com a equipe que cuidará da missão Artemis, que promete voltar a Lua ainda nesta década