Drones serão incorporados à frota da Marinha norte-americana para ampliar alcance de aviões embarcadas em navios
Por Ernesto Klotzel e Edmundo Ubiratan Publicado em 24/01/2018, às 15h00 - Atualizado às 17h08
A US Navy pretende ampliar a capacidade de reabastecimento em voo de suas aeronaves adotando um sistema autônomo, baseado numa aeronave não tripulada. Os três maiores fabricantes do setor de defesa dos Estados Unidos ofereceram propostas para preencher os requisitos do programa Carrier-Based Aerial-Refueling System (CBARS), que prevê um veículo aéreo não tripulado capaz de reabastecer no ar a frota de F/A-18 Super Hornet, EA-18G Growler e F-35 Lightning II.
A Boeing apresentou o MQ-25 Stingray, que poderá ser empregado pela marinha dos Estados Unidos. O MQ-25 possui capacidade para transferir até 6.800 kg de combustível, podendo abastecer até 6 aeronaves como o Super Hornet. Além de poder voar até 500 nm (926 km) do porta-aviões, o que permite ampliar em mais de 400 nm o alcance dos caças da marinha.
A proposta da rival Lockheed Martin prevê uma aeronave derivada do RQ-170 Sentinel, designado como Sea Ghost, que incorpora uma série de tecnologias desenvolvidas para o F-35. Os detalhes do projeto ainda são mantidos sob sigilo, mas devem ser similares ao do MQ-25, mantendo o projeto dentro das especificações da marinha.
A General Atomics possui o programa estruturado sobre o Avenger ER, derivado do Predator C, que possui autonomia de até 20 horas.
A expectativa dos militares norte-americanos é que o novo conceito torne mais eficaz as operações de reabastecimento em voo, além de permitir ampliar as operações navais. O uso de plataformas autônomas é uma tendência na aviação militar, que conta com maior precisão e menor custo por missão. Além de retirar um dos maiores fatores de risco para o planejamento de missão, o fator humano. A perda de pilotos costuma ter um alto custo num conflito, ao abalar a confiança da tropa e aumentar as pressões políticas.
A US Navy deverá se tornar a primeira força a contar com reabastecimento em voo realizado por aeronaves não-tripuladas, ampliando assim o vasto leque de aplicações dos chamados drones.