Principais fabricantes expõem no Paris Air Show modelos que vão aterrissar em breve nos aeroportos do Brasil
Redação Publicado em 18/06/2015, às 16h00 - Atualizado em 23/06/2015, às 16h41
O maior evento aeronáutico do mundo reuniu nesta semana na França os aviões que prometem povoar os aeroportos do planeta nos próximos anos. Os principais fabricantes do setor apresentaram no 51º International Paris Air Show, que acontece a cada dois anos na cidade de Le Bourget, nas vizinhanças de Paris, aeronaves que prometem aterrissar em breve no Brasil. Neste ano, a feira contou com a participação de mais de 2.200 expositores e pelo menos 120 aeronaves. Estima-se que o público total chegue a quase meio milhão de pessoas. O show vai até o próximo domingo.
Entre os destaques do evento está o Airbus A350 XWB, o novo jato de longo alcance que deverá ser presença constante nos voos internacionais nos próximos anos. No Brasil, TAM e Azul têm encomendas. A TAM deve receber seu primeiro exemplar no fim deste ano. A Avianca também deverá operar o novo modelo em rotas para o Brasil. O A350 XWB se destaca pelo uso de novas ligas metálicas, mais leves e resistentes, reduzindo, assim, o peso total do avião e proporcionando maior espaço para os passageiros. Segundo os engenheiros da Airbus, o uso de materiais mais leves e motores mais eficientes proporcionará uma economia de 15% no consumo de combustível em relação aos aviões atuais.
Quem também se destaca pelo uso de materiais compostos é o Boeing 787 Dreamliner, que foi o primeiro avião comercial a empregar de forma maciça as novas ligas de carbono e materiais plásticos. A recém-certificada versão 787-9, com maior capacidade de passageiros e alcance superior em relação ao 787-8, participou pela primeira vez do evento em Le Bourget. Da mesma forma que seu rival europeu, o Dreamliner possui menor peso estrutural e maior espaço de cabine, o que têm auxiliado as companhias aéreas a reduzir os custos e oferecer novos tipos de serviços. Um dos destaques do modelo são suas janelas, as maiores já instaladas num avião desse tipo, que proporciona maior visão da paisagem
sobrevoada.
Para os voos domésticos, entrará em operação nos próximos meses o Airbus A320neo, que não participou da feira, mas foi um dos assuntos mais comentados. Derivado do A320 bastante conhecido no Brasil, o modelo ganhou novos motores, mais silenciosos e econômicos, e também um interior mais confortável. A Airbus trabalha numa versão do A320neo dedicada à ponte aérea Rio-São Paulo, que deve ter melhor performance de operação no Santos
Dumont, considerado um dos aeroportos mais desafiadores do país. A intenção é rivalizar com os atuais Boeing 737-800 SFP, que foram desenvolvidos exclusivamente para a famosa rota brasileira e voam atualmente pela Gol.
Ainda no mercado nacional, a Embraer iniciou a montagem do primeiro E-Jet E2, a mais nova geração da consagrada família de aviões regionais brasileiros, que atraiu o interesse de muita gente em Le Bourget. A nova geração será equipada com os motores PurePower, da Pratt & Whitney, que são mais econômicos, silenciosos e eficientes em comparação aos antigos propulsores. Além disso, essa nova geração contará com aviões ligeiramente maiores e mais confortáveis, melhorando a experiência do passageiro. O novo avião deverá entrar em serviço nos próximos dois anos, tendo como um dos principais clientes a Azul, atualmente o maior operador brasileiro de aeronaves da Embraer.
A canadense Bombardier, que na última década tem tentando recuperar o mercado perdido para a Embraer, aposta na família CSeries, um jato regional com capacidade entre 108 e 160 passageiros. O modelo vem sofrendo constantes atrasos, mas caso consiga cumprir sua promessa de voos mais econômicos e confortáveis, promete ser um importante rival para os aviões da Embraer. Quem também disputa o mercado regional é o consórcio Superjet, formado pela russa Sukhoi e a italiana Alenia. Com importante apoio da indústria ocidental, especialmente dos sócios italianos, o
SSJ100 é o primeiro avião comercial desenvolvido pelos russos após o fim da União Soviética. Embora ainda sofra com a
desconfiança ocidental, em razão de sua origem russa, o jato conseguiu sua primeira encomenda no México, voando atualmente pela Interjet. Ainda que distante do primeiro voo, os japoneses estão confiantes no MRJ100, outro jato regional que pretende disputar o cobiçado mercado de até 100 assentos.
No mercado de aviões de negócio, a indústria trabalha para atender às exigências cada vez mais particulares de seus operadores. A suíça Pilatus apresentou em Le Bourget o PC-24, que se destaca por ser o primeiro jato de negócio a ser projetado para operar em pistas de terra. O objetivo é atender à crescente demanda de usuários que voam de regiões remotas ou fazendas para grandes centros e necessitam de um avião rápido e confiável.
No outro extremo, no segmento dos modelos que voam entre as principais cidades do globo, a francesa Dassault Falcon e a norte-americana Gulfstream apostam em aviões de grande autonomia e cabine larga. Um dos destaques do Paris Air Show, o Falcon 8X realizou seu primeiro voo recentemente e promete elevar para um novo patamar o conforto a bordo, enquanto o veloz Gulfstream G650ER pode na teoria voar sem escalas entre qualquer grande
centro do mundo, como Nova York-Cingapura, considerada a mais longa atualmente.