Piloto da Ryanair teve 'cegueira temporária' durante um pouso na cidade do Porto
Por Ernesto Klotzel Publicado em 12/09/2017, às 09h00 - Atualizado às 09h16
Investigadores de acidentes aéreos da Irlanda solicitaram das autoridades da aviação civil portuguesa uma revisão na legislação atual no que se refere ao uso perigoso de lasers. A medida acontece depois de um incidente grave: uma arremetida comandada pela tripulação de um voo da Ryanair causada pela "cegueira temporária" da piloto em comando.
Uma investigação do incidente ao Aeroporto do Porto, Portugal, em 5 de setembro de 2015, evidenciou a falta de legislação em Portugal para o ato de apontar o laser na direção do cockpit de aeronaves. As autoridades portuguesas delegaram o exame do incidente à Unidade de Investigação de Acidentes Aéreos do Ministério de Transportes da Irlanda, por ser o país “o estado de registro da aeronave envolvida”.
O voo, de Lille, na França, ao Porto em um Boeing 737-800 se achava na aproximação final pouco após as 21h00h quando o copiloto que estava no comando teve sua atenção desviada pelo feixe verde de um laser apontado para o avião, mas sem ter como alvo o cockpit. Como desapareceu momentaneamente de vista, o copiloto julgou que havia sido desligado.
No entanto, após estabelecer o regime de aproximação, o laser voltou da mesma posição apontando agora diretamente para o interior da cabine de comando. O copiloto protegeu sua vista com a mão. A comandante que monitorava o voo do colega não havia notado o feixe de laser recebendo seu impacto direto quando, olhou para fora, pois se concentrava no painel de instrumentos. Ela sofreu uma perda temporária de visão que pode durar de segundos a minutos.
Como resultado, a coordenação da tripulação foi comprometida, atrasando o pouso diante da instabilidade da aproximação. O laser pareceu operar de uma area próxima ao centro do Porto, o que, segundo o copiloto, é “acontecimento rotineiro”.