Greve paralisa Boeing pela primeira vez em 16 anos

Pela primeira vez em 16 anos, trabalhadores da Boeing entraram em greve

Por Marcel Cardoso Publicado em 13/09/2024, às 21h26

Movimento acontece após sucessivas rejeições de propostas salariais - Divulgação

Depois de sucessivas rejeições de novos contratos trabalhistas, funcionários da fábrica da Boeing, nos Estados Unidos, entraram em greve, nesta sexta-feira (13), interrompendo a produção de aeronaves. 

Os trabalhadores da região de Seattle e do Oregon votaram 94,6% contra um acordo provisório apresentado pelo fabricante e pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais. A votação mostrou 96% de apoio à greve, superando os dois terços necessários para a paralisação.

A proposta provisória incluía aumentos salariais de 25% ao longo de quatro anos e melhorias nos benefícios de saúde e aposentadoria. No entanto, o sindicato buscava um aumento de cerca de 40%, alegando que a proposta não cobria o aumento do custo de vida.

Brian West, CFO da Boeing, disse em uma conferência de investidores que a liderança da empresa estava desapontada com a rejeição e a greve, mas expressou a intenção de "voltar à mesa para negociar um novo acordo que seja bom para nossos funcionários, suas famílias, nossa comunidade". Ele mencionou que "houve um descompasso" e alertou que a greve poderia afetar as entregas e a produção de aeronaves, sem fornecer estimativas específicas sobre o impacto financeiro.

A votação também um revés para o novo CEO Kelly Ortberg, que pediu aos trabalhadores que aceitassem o contrato para não comprometer a recuperação da empresa.

A Boeing já dispendiou cerca de US$ 8 bilhões (R$ 44,5 bilhões) este ano e enfrenta uma dívida que está em alta. Atrasos na entrega de aeronaves têm gerado insatisfação entre companhias aérea, como a Southwest Airlines, que ajustou seus planos de entrega para o ano devido a esses problemas.

Uma explosão de um plugue de porta em um 737 MAX 9, no início do ano, trouxe mais fiscalização das linhas de produção por parte do governo. A agência federal de aviação dos Estados Unidos (FAA) afirmou que sua "supervisão agressiva da Boeing continua" e que seus inspetores permanecerão nas fábricas durante a greve.

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