Indenização se deve ao longo período de paralisação da frota de 737 MAX
Por Gabriel Benevides Publicado em 22/01/2020, às 14h00 - Atualizado às 18h01
Gol espera retomar voos com o 737 MAX e mantém rigorosa rotina de manutenção na frota paralisada | Foto: G.Benevides
A Gol pretende finalizar um acordo de indenização com a Boeing relativo ao processo de paralisação dos 737 MAX. A empresa enfrenta uma série de contratempos pela proibição dos voos com a família MAX, tendo inclusive que recorrer a aeronaves de segunda mão para suprir a demanda gerada pela alta estação. Além disso, teve que reestruturar seus voos para os Estados Unidos.
Em entrevista para a Bloomblerg, o diretor financeiro da Gol, Richard Lark, comentou que companhia tem trabalhado para receber a compensação em forma de descontos no valor das aeronaves, peças de reposição e serviços. “Estamos nas últimas semanas antes de acertar uma compensação junto à Boeing”, disse Lark. “Isso terá um impacto significativo para nós no médio e longo prazo”.
Em nota enviada a AERO Magazine, a Gol confirmou que está negociando uma compensação financeira futura, A empresa também reforçou que sempre teve um relacionamento de confiança e transparência com a Boeing, fruto da parceria estabelecida desde o início das operações da Gol em 2001.
Um dos maiores desafios para os operadores do 737 MAX é manter sua capacidade operacional, mesmo com as aeronaves no solo por longos períodos, o que exige um complexo processo de manutenção preventiva. “A GOL remanejou sua frota para atender todos os voos que operavam com o 737 MAX e deu continuidade às manutenções dos aviões groundeados”, esclarece.
A Gol trabalha também na preparação da primeira turma de pilotos que serão treinados no novo modelo, algo que inicialmente a Boeing afirmava não ser necessário. “O treinamento acontecerá em Miami, nos Estados Unidos, nos simuladores da Boeing específicos para o 737 MAX”, afirmou a Gol. “Nosso planejamento de retorno ao serviço envolverá todas as áreas que estão diretamente ligadas à operação e que terão contato com os nossos clientes”.
A expectativa da companhia aérea é que no prazo de dez anos toda a frota seja composta pelos 737 MAX, que devem retornar ao voo em meados de julho de 2020, pouco mais de um ano após serem proibidos de voar. Um dos desafios dos operadores será mostrar para o público a segurança da aeronave, que teve sua imagem arranhada pelos dois acidentes e pelo longo período que ficou sem voar. Alguns especialistas, como Steven Udvar-Hazy, CEO da Air Lease Corporation, afirma que o melhor seria renomear o avião, retirando a palavra MAX.