Gol iniciou reestruturação financeira

Gol Linhas Aéreas iniciou negociações para reestruturar sua dívida financeira e com arrendadores de aviões

Por Wesley Lichmann Publicado em 26/12/2023, às 17h30

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O grupo Abra, dono da Gol Linhas Aéreas e da colombiana avianca, iniciou formalmente um processo de reestruturação financeira junto aos seus fornecedores e arrendadores de aviões.

A holding controladora da Gol contratou o banco Rothschild e os escritórios de consultoria Seabury Capital e Skyworks, para assessorar a reestruturação. A companhia pretende renegociar R$ 9,3 bilhões em títulos de dívida e R$ 9,8 bilhões atrelados aos seus aviões.

Nos últimos três anos a transportadora tem enfrentado diversos entraves relacionados ao aumento dos custos com combustível, dólar e a alta carga tributária. A crise sanitária agravou ainda mais a posição de liquidez da aérea.

A empresa deve seguir o mesmo processo realizado pela Azul durante o ano de 2023, evitando protocolar um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Um possível pedido de reorganização na lei norte-americana, Chapter 11, não está descartado.

Serão revistos os contratos relacionados a frota, com a extensão de determinados arrendamentos e a postergação das entregas de novos aviões, visando melhorar o fluxo de caixa da segunda maior companhia aérea brasileira.

Um ponto crucial nas negociações é apresentação de garantias. A Abra, holding criada a menos de um ano, pretende abrir seu capital nos próximos meses, as ações poderiam ser usadas para viabilizar determinados acordos alcançados junto aos credores.

Parte dos débitos pendentes com os lessores foi financiada com emissões da Abra, que levantou recursos para reestruturar dívidas de US$ 1,4 bilhão.

No trimestre encerrado em setembro, os vencimentos da Gol dentro do prazo de doze meses totalizavam R$ 2,9 bilhões. Deste total, R$ 1,8 bilhão eram atrelados ao aluguel de aviões, enquanto R$ 1,1 bilhão pertecem a dívida financeira.

A Gol espera que a receita no acumulado dos dozes meses de 2023 apresente uma leve redução de R$ 19,3 bilhões para R$ 19 bilhões. A frota operacional encerrará este ano com até 114 Boeing 737, frente previsão anterior de 118 aviões, reduzindo em 5% o número de assentos em relação ao crescimento previsto anteriormente entre 15% e 20%.

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