Drones podem identificar rapidamente focos de queimadas, impedir seu avanço e favorecer estratégias de controle
Por Marcel Cardoso Publicado em 10/09/2024, às 08h58
Há um mês, um clima quente e seco vem atingindo as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, criando uma massa de ar que impede a formação de nuvens. A previsão é de que a falta de chuvas continue pelos próximos dias.
Esse fenômeno tem causado diversos focos de incêndio em lavouras e florestas, especialmente no bioma Cerrado. O problema é agravado por queimadas criminosas, que colocam em risco moradores locais, cujas casas podem ser incendiadas, além de afetar a qualidade do ar em um raio de dezenas de quilômetros.
Esse cenário leva ao aumento de doenças respiratórias e internações. Mais de oito mil propriedades rurais foram afetadas em 245 municípios. O governo solicitou apoio privado para as brigadas de incêndio que atuam na contenção do fogo.
Entre as soluções para o combate ao fogo estão os drones, que identificam rapidamente os focos de incêndio, impedem seu avanço e favorecem as estratégias de controle com um melhor entendimento geográfico da área afetada. Essa prática é regulamentada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) desde 2021.
Algumas empresas têm se especializado nesse tipo de serviço, como a rede de franquias Agro Atlas, fundada em 2020, que usa drones para aplicação agrícola no país. “Nossos dispositivos podem sobrevoar as áreas afetadas e apresentar suas dimensões em tempo real, além de realizar a prevenção, identificando o fogo no início e monitorando a segurança das áreas para coibir ações de incendiários”, disse Welber Sant’Anna, um dos fundadores da empresa.
A tecnologia de drones é considerada essencial para o setor agropecuário, que movimenta um PIB superior a R$ 2,5 bilhões. Os drones atuam no monitoramento de áreas, inspeção de culturas, contagem de plantas, geração de mapas de NDVI, inspeção de infraestrutura, visão infravermelha e sensores de calor.