Empresas aéreas aceleram aposentadoria do modelo e encerram capítulo na história da aviação
Redação Publicado em 19/09/2014, às 12h37 - Atualizado em 20/09/2014, às 12h08
O reinado absoluto do 747 em rotas intercontinentais de longo curso está próximo do fim, especialmente nas linhas do Pacífico, um dos últimos mercados para o veterano Jumbo.
Nos últimos meses as principais operadoras do 747 aceleraram o processo de aposentadoria do modelo em voos de passageiros. A Japan Airlines, que chegou a possuir a maior frota de 747 no mundo, aposentou sua frota em 2011. A rival All Nippon Airways retirou de serviço seu último 747-400SR, utilizado em rotas domésticas, em março desse ano.
Em 31 de agosto a Cathay Pacific realizou o último voo com o 747-400, que decolou de San Francisco para Hong Kong. No dia seguinte, a Philippine Airlines também aposentou seus 747-400, que eram utilizados nos voos para Los Angeles. No dia 10 de setembro foi a vez da Air New Zealand realizar o último voo com o 747, em sua rota entre San Francisco-Auckland.
Recentemente a Delta Air Lines anunciou que vai retirar de serviço todos seus 747-400, substituindo o modelo por aeronaves mais modernas e eficientes, como o Boeing 777 e o Airbus A330.
Os primeiros três aviões, de uma frota de 16, serão aposentados até o final de setembro, enquanto os demais serão substituídos progressivamente até meados de 2015.
O plano atual prevê o uso dos 777 em linhas de maior densidade entre os EUA e Ásia, enquanto as rotas de média densidade passarão a ser realizadas pelos A330. A introdução de aeronaves menores permitirá à Delta reduzir a capacidade de algumas rotas mantendo o mesmo número de frequências.
A United Airlines, que opera 23 aeronaves, embora não tenha anunciado a data de aposentadoria, afirma que deverá substituir a frota de 747 de acordo com a chegada de novos aviões, como o 787-9.
Mesmo que o 747-8F tenha obtido significativo sucesso no mercado, a tendência é que as empresas aéreas busquem operar apenas com aeronaves bimotoras, visando reduzir os custos com combustível e manutenção. A mudança na estratégia visa reduzir os custos com o 747-400, que embora possua grande autonomia e elevada capacidade de transporte, é economicamente ineficiente no cenário atual. Os voos entre Ásia e Estados Unidos sofreram fortemente com o impacto da desaceleração da economia nos últimos anos, somado a menor necessidade de deslocamento de executivos, que passaram a realizar vídeo conferências em diversas ocasiões.
Atualmente o 747-8 Intercontinental detém apenas 51 pedidos firmes, realizados pela Lufthansa, Korean Air, Arik Air, Air China e Transaero Airlines. Já o 747-8F acumula 69 pedidos, incluindo um recentemente feito pela Cargolux, devido sua grande capacidade de carga, sem similar no mercado.
Segundo especialistas, a tendência é que as empresas aéreas, com raras exceções, busquem operar exclusivamente aeronaves bimotoras, o que deverá comprometer inclusive as vendas do A380, que ainda enfrenta dificuldades para convencer os maiores operadores globais de sua viabilidade econômica.