Go First considera processar Pratt Whitney por compensação nos atrasos de fornecimento e falhas dos motores PW1100G
Por Wesley Lichmann Publicado em 10/03/2023, às 10h42
A companhia aérea indiana Go First poderá processar a Pratt & Whitney por não fornecer uma compensação pelos consequentes atrasos e falhas no fornecimento dos motores PW1100G que equipam seus Airbus A320neo.
Das 55 aeronaves A320neo, vinte e quatro delas estão inativas devido a atrasos no fornecimento de motores da Pratt & Whitney. Com as restrições operacionais, a companhia reduziu em 27% sua capacidade em março em relação ao mesmo período de 2020.
A companhia com sede em Mumbai vem solicitando a fabricante que honre com suas obrigações contratuais. No acordo de fornecimento de motores firmado entre a Go First e a Pratt Witney, a fabricante deve fornecer um motor sobressalente dentro do prazo de 48 horas, além do reparo gratuito e uma compesação de produtividade.
A Go First foi a terceira operadora do A320neo, a companhia recebeu em 2016 a primeira de 72 aeronaves do pedido inicial feito junto a Airbus.
Além da Go First, a Indigo também possui mais de duas dezenas de A320neo inoperantes. A todo, mais de cinquenta aeronaves do modelo estão no solo na Índia devido a falta de peças e reparos dos motores PW1100G.
O desabastecimeto na cadeia de suprimentos tem afetado o fornecimento dos motores da Pratt & Whitney. Com o crescente aumento da demanda e a procura por aeronaves mais eficientes o setor deve continuar a enfrentar atrasos tanto na produção de aeronaves como de peças e motores.
"Um dos principais efeitos posteriores da pandemia na indústria da aviação são as interrupções na cadeia de suprimentos na fabricação de aeronaves e a subsequente escassez de motores sobressalentes em todo o mundo. Isso afetou nossas operações devido ao aterramento de aeronaves e impactou nossa capacidade de implantar totalmente a capacidade de forma produtiva", comentou Pieter Elbers, CEO da Indigo, durante teleconferência com investidores realizada em novembro do ano passado.
A família de motores de última geração Geared Turbo Fan (GTF) produzida pela Pratt & Whitney, também apresenta ocorrências nas aeronaves Airbus A220, equipadas com a versão PW1500; e também na versão PW1900 que é utilizada nos jatos de segunda geração, E190 E2 e 195 E2 da Embraer.
Na Europa, a KLM tem reduzido as operações com o E195-E2 devido o desempenho dos motores PW1900, que necessitam de longas inspeções. Em janeiro, seis dos 14 E-jets estavam em atividade.
Após o desligamento repentino de dois motores em um A220 da airBaltic, em Copenhagen, a administração federal de aviação norte-americana (Federal Aviation Administration – FAA, na sigla em inglês), publicou uma diretriz de aeronavegabilidade para os motores Pratt & Whitney, para evitar que o desligamento ocorra novamente.
A normativa publicada em 27 de dezembro de 2022, com vigência a partir de 31 de janeiro, requer a remoção de certas versões de software de controle eletrônico do motor (EEC) e a atualização do sistema do controle digital do motor (Full Authority Digital Engine Control - FADEC, na sigla em inglês). A agência americana afirma que tais modificações levam duas horas por aeronave.