Ex-refugiada, afegã vira piloto militar do país

A Cap Safia Ferozi, 26 anos, refugiada quando criança, pilota agora um turbo-hélice de transporte Cessna C208 Caravan para a Força Aérea Afegã, sendo a segunda mulher do país a ostentar o posto de piloto militar.

Casada com um colega piloto de mesma unidade de apoio às forças terrestres, eles são parte da pequena Força Aérea do Afeganistão, que almeja um papel maior na luta contra o Talibã. Nos anos 1990, quando ainda era uma criança, a família Ferozi abandonou seu lar em Kabul, durante a guerra civil, refugiando-se no Paquistão, só retornando após a queda do Talibã.

Respondendo a um comercial de televisão que encorajava as mulheres a se alistar, Ferozi, então no curso médio, matriculou-se na academia militar para fazer o curso para oficial de comunicações. A própria academia anunciou que a força aérea procurava mulheres para se tornarem pilotos. 

Ferozi e outras 12 se candidataram, mas ela foi a única aprovada para iniciar o treinamento, formando-se em 2015. Sua primeira filha, Nergis, de apenas 8 meses, já a liberou para que retomasse as missões de voo. Atualmente, mais cinco mulheres estão em fase de treinamento.  

Em 2013, a Cap Niloofar Rahmani tornou-se a primeira mulher em mais de 30 anos a pilotar uma aeronave de asas fixas. Mulheres, pilotando helicópteros, não eram tão raras assim nos anos 1980, sob influência da Rússia. Rahmani está agora nos EUA, treinando para pilotar o C-130 Hercules. Existem cerca de 1.800 mulheres entre os 195.000 militares afegãos. 

A Força Aérea Afegã, com pouco mais do que 100 aeronaves, não foi considerada durante muitos anos, mas, em 2015, a OTAN e os EUA implantaram programas de treinamento e equipamentos para elevar o nível qualitativo e quantitativo da arma. Hoje, esta força conta com helicópteros e aviões leves que têm realizado missões de combate neste ano, embora caiba à OTAN a maioria das missões contra os insurgentes.