Entrevista com Tiago Senna, CEO da Itapemirim

Executivo comenta os principais pontos da estratégia da empresa para iniciar seus voos em plena pandemia

Por Edmundo Ubiratan Publicado em 13/04/2021, às 19h00 - Atualizado em 16/04/2021, às 16h56

 

Em entrevista a AERO, o presidente e CEO da ITA Transportes Aéreos, Tiago Senna, detalha os planos da empresa para o Brasil. Segundo ele, que respondeu às perguntas por e-mail, há dinheiro em caixa para manter o equilíbrio financeiro da empresa e os problemas do passado estão resolvidos  

A Itapemirim passou por um processo de recuperação judicial recentemente. Qual será a fonte de financiamento para a ITA Transportes Aéreos?

Já estamos finalizando os débitos com os credores para garantir cumprimento antecipado da nossa recuperação judicial ainda em 2021, quando o prazo seria somente em 2027. Realizamos negociação com vários fundos de investimento, mas como temos contrato de confidencialidade não podemos citar os valores e a fonte.

Por que a opção pelo Airbus A320? 

O nosso foco são os voos domésticos. Também teremos rotas internacionais ‘domésticas’ (países próximos como Argentina ou Chile), que os jatos A320 conseguem fazer. A intenção é trazer o neo (versão mais moderna e eficiente da família Airbus A320) no futuro. Aí teríamos condição de promover voos um pouco mais distantes, de explorar rotas internacionais. Mas não agora.

Como a ITA avalia os riscos de criar uma empresa aérea no cenário atual, em que o setor aéreo acumula perdas bilionárias?

Estamos seguros com a operação da ITA. São meses de bastante trabalho, seguindo todas as orientações e protocolos dos órgãos competentes do setor para o cumprimento de todos os manuais. Além disso, temos garantias de caixa e saúde financeira para o funcionamento da companhia, como já mencionei anteriormente. 

Como a empresa pretende equilibrar os custos contrariando uma tendência das empresas aéreas, que há 20 anos reduzem serviços de bordo para manter a saúde financeira?

Os voos da ITA terão duas classes, cobrando mais por poltronas com mais espaço. Do ponto de vista financeiro, calculamos e vamos operar com todos os custos equilibrados, tanto para os passageiros como para a empresa.

A ITA pretende cobrar por serviços adicionais ou o custo do serviço diferenciado estará incluso nas tarifas?

Teremos um serviço diferenciado. Nossa ideia é servir comida de fácil manuseio, mas opções mais saudáveis, não apenas snacks. Em certos voos e rotas, iremos oferecer bebidas alcoólicas como cortesia, com a proposta de um happy hour, por exemplo.

Qual a data prevista para início das operações, incluindo as primeiras rotas?

A previsão é para março de 2021 [entrevista publicada originalmente na AERO Magazine de Fevereiro de 2021] com um voo inaugural de Vitória, no Espírito Santo, até Brasília, no Distrito Federal. Inicialmente, vamos trabalhar três hubs: Guarulhos, Confins e Brasília.

Onde serão realizados o treinamento de tripulantes e a manutenção dos aviões? 

Em dezembro, iniciamos o treinamento da primeira turma do curso para comandantes e comissários de voo no Centro de Treinamento (CAE). E até fevereiro teremos mais três turmas de cursos para comandantes e comissários [não respondeu sobre o centro de manutenção].

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