Setor sugere tratamento específico para aviação no projeto do RenovaBio do Governo Federal
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 17/05/2018, às 15h30 - Atualizado às 15h51
O Ministério de Minas e Energia tem investido no programa RenovaBio, que pretende reduzir as emissões de combustível fóssil e incentivar o uso de biocombustíveis. Entre os objetivos está o uso de combustíveis a partir de fontes renováveis na aviação comercial.
Porém, o setor discute a viabilidade da inclusão do transporte aéreo no projeto do Governo Federal. A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) enviou um documento ao Ministério onde reforça a necessidade de tratamento específico para a aviação no contexto do RenovaBio. A associação propõe que o querosene de aviação (QAV) fóssil não seja incluído na determinação das metas de compensação até que exista uma produção relevante de bioquerosene no Brasil.
Atualmente o Brasil possui uma ampla base de produção de etanol e biodiesel, utilizado nos transportes rodoviários, contudo, tais combustíveis não podem ser usados na aviação comercial. A Abear sugere que as metas sejam consideradas somente quando o mercado possuir, comercialmente, uma produção de bioquerosene acima de 1% da necessidade do setor, que corresponde a 70 milhões de litros/ano atualmente.
Para o setor o uso de fontes alternativas pode representar ainda uma redução na dependência dos humores do mercado, já que o equilíbrio financeiro das empresas aéreas é, em grande parte, sujeito às volatilidades do câmbio, que tem o combustível como principal item de custo.