Com trinta aviões entregues a Embraer supera marca do ano passado e aviação de negócios lidera com alta de 28% e carteira de US$ 7,6 bilhões.
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 22/04/2025, às 19h31
Embraer alcançou uma carteira de pedidos firmes de US$ 26,4 bilhões no primeiro trimestre do ano, superando o recorde anterior estabelecido no fim de 2024 e reforçando sua posição na indústria aeroespacial.
Ao longo do trimestre, foram entregues 30 aeronaves, um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram entregues 25 unidades. O volume representa 13% do ponto médio da meta anual da Embraer, projetada entre 222 e 240 aviões e está acima da média dos últimos cinco anos, de 11% para o primeiro trimestre.
O principal destaque do período foi a Aviação de Negócios, que registrou novo recorde de carteira de pedidos, totalizando US$ 7,6 bilhões — crescimento de 3% em relação ao número anterior, estabelecido no quarto trimestre de 2024. A unidade entregou 23 aeronaves nos primeiros três meses do ano, sendo 14 na categoria leve e 9 na categoria média.
O desempenho representa uma alta de 28% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior e corresponde a 15% da meta anual da companhia para esse segmento, estimada entre 145 e 155 aviões. O resultado supera a média quinquenal de 11% para o período, refletindo a força comercial da Embraer no mercado executivo.
Em fevereiro, a família Phenom 300 manteve a liderança no segmento de jatos leves, sendo o modelo mais vendido e entregue do mundo pelo 13º ano consecutivo, segundo dados do General Aviation Manufacturers Association (GAMA). O avião ainda se manteve como jato mais entregue no mundo pelo quinto ano consecutivo.
Na Aviação Comercial, foram entregues sete aeronaves no trimestre, o que representa 9% da meta anual projetada entre 77 e 85 unidades. Embora o resultado esteja ligeiramente abaixo da média de 12% registrada nos últimos cinco anos para o período, ele reflete os desafios persistentes na cadeia de suprimentos e entraves comerciais que impediram a entrega de dois aviões adicionais.
As entregas incluíram quatro E175 (duas para a American Airlines, uma para a Republic Airlines e uma para a Horizon Air) e três E195-E2 (Porter, Aercap e Azorra). A carteira de pedidos da aviação comercial somou US$ 10 bilhões, com leve retração de 2% em relação ao trimestre anterior. O pedido da ANA Holdings para quinze E190-E2, com opção para mais cinco unidades, deve ser contabilizado no segundo semestre, após a formalização contratual.
No segmento de Defesa & Segurança, a carteira de pedidos totalizou US$ 4,2 bilhões. O destaque foi o Uruguai, que converteu cinco opções de compra do A-29 Super Tucano em pedidos firmes, ampliando o contrato firmado em agosto de 2024, que já incluía uma unidade confirmada, simulador de voo, equipamentos de missão e serviços logísticos. A escolha do C-390 Millennium pela Suécia (quatro unidades) e Eslováquia (três), e do A-29 Super Tucano por Portugal (12) e Panamá (quatro) ainda não constam na carteira por ausência de contratos efetivos.
Por fim, a unidade de Serviços & Suporte permaneceu estável, com US$ 4,6 bilhões em pedidos. Um dos destaques do trimestre foi o acordo firmado com a Airlink, companhia aérea premium sul-africana, que passa a integrar o programa ECIP (Embraer Collaborative Inventory Planning), tornando-se a primeira cliente africana da iniciativa. O programa visa otimizar o planejamento de estoques e reduzir os custos operacionais da frota, composta por 68 aeronaves Embraer.