Uma denúncia visa apurar se Elon Musk pode ter influenciado contrato da FAA para favorecer a Starlink, de sua propriedade
Por Marcel Cardoso Publicado em 14/03/2025, às 08h50
O bilionário Elon Musk foi citado em um pedido de investigação enviado ao Escritório do Conselheiro Especial e ao Inspetor-Geral do Departamento de Transportes (DoT, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
A solicitação foi feita pelo grupo de vigilância Campaign Legal Center na última quinta-feira (13). A investigação busca esclarecer se Musk teria influenciado a agência de aviação civil dos Estados Unidos (FAA) a cancelar um contrato de US$ 2,4 bilhões (R$ 13,9 bilhões) com a Verizon, favorecendo a Starlink, serviço de internet via satélite operado pela SpaceX, de propriedade de Musk.
Em maio de 2023, a FAA concedeu um contrato de quinze anos à Verizon dentro do programa Enterprise Infrastructure Solutions (EIS). O objetivo do acordo era modernizar a infraestrutura de telecomunicações da agência. No entanto, surgiram informações indicando que o contrato poderia ser cancelado. A SpaceX negou, em uma rede social, qualquer intenção de substituir a Verizon no contrato com a FAA.
Recent media reports about SpaceX and the FAA are false.
— SpaceX (@SpaceX) March 5, 2025
SpaceX is working in coordination with @L3HarrisTech—the prime contractor for the FAA’s telecommunications infrastructure— and the @FAANews to test the use of @Starlink as one piece of the infrastructure upgrades so badly…
De acordo com a revista Forbes, o Campaign Legal Center disse que a possível substituição do contrato "representaria um conflito de interesses" e acrescentou que a função ocupada por Musk no governo norte-americano impede que ele influencie decisões que possam beneficiar suas empresas, incluindo a SpaceX e a divisão Starlink.
Atualmente, Elon Musk ocupa um cargo consultivo federal como co-chefe do Departamento de Otimização Governamental (DOGE), posição assumida após a posse de Donald Trump como presidente dos EUA, em janeiro.