Com objetivo de poupar vidas em resgates arriscados, aeronaves não tripuladas se mostram alternativa ao transporte aeromédico com helicópteros convencionais
Por Ernesto Klotzel Publicado em 29/04/2016, às 11h00 - Atualizado às 16h35
Ao longo dos últimos 20 anos, o setor das ambulâncias aéreas tem passado por algumas turbulências. Enquanto o serviço ganhava popularidade, especialmente graças à ampliação dos serviços "parapúblicos" de resgate especializados e da ampliação desse tipo de serviço por parte das empresas especializadas em saúde, o número de incidentes começou a aumentar.
Em 1990, aconteceu apenas um acidente com uma ambulância aérea, com uma única vítima. No decorrer da década, o número de acidentes com transporte aeromédico, a maioria envolvendo helicópteros, começou a crescer exponencialmente. O pico ocorreu em 2004, quando foram registrados 19 acidentes com 29 mortes. Desde então, o número de desastres se estabilizou.
Mesmo distante de ser uma ameaça ao transporte aéreo ou aos que necessitam desse tipo de serviço, a ampliação da disponibilidade dos serviços de ambulância aérea tem se tornado preocupante do ponto de vista da segurança. Como aumento do uso de helicópteros para missões de resgate, a probabilidade de acidentes também cresceu. Especialmente porque muitos salvamentos são realizados em áreas remotas, com mau tempo, campos de pouso improvisados de última hora, entre outros.
Em 2003, o número de ambulâncias aéreas ao redor do mundo somava 545 helicópteros – hoje este número duplicou, indicando um crescimento médio anual de 9,57%. Em 2016, um dos maiores desafios para as missões de auxílio aeromédico continua sendo uma segurança adequada.
Uma das soluções apontadas por especialistas pode ser os drones. Aeronaves não tripuladas utilizadas em conjunto com a telemedicina controlada à distância podem aumentar a segurança nesse segmento vital. Em 2007, a United Medical Solutions participou de um projeto, à época futurístico, cujo conceito incluía uma ambulância aérea controlada remotamente, que pousava junto à vítima que era transportada e embarcada pelos médicos em terra, após ser devidamente medicada e estabilizada via telemedicina.
Um helicóptero remotamente pilotado poderá contar com uma série de sensores para auxiliar os pilotos em terra, assim como devem contar com inteligência artificial que permitirá operar em condições ainda mais extremas, mas com elevada segurança. Veículos similares utilizados por forças armadas têm mostrado sua enorme eficiência quando comparados a aeronaves tripuladas.
Analistas esperam que ao longo das próximas décadas uma combinação de drones e telemedicina dará uma nova dimensão em termos de rapidez de atendimento, que aliado à redução dos riscos, poderá salvar um número maior de vidas.