Dono da Azul deve ficar com a TAP

Governo português escolhe a proposta de David Neeleman, mas a assinatura do contrato ainda depende de aprovação de entidades reguladoras da União Europeia

Redação Publicado em 11/06/2015, às 14h00 - Atualizado às 16h23

O governo português anunciou que a proposta do empresário David Neeleman, da Azul, foi a vencedora no processo de privatização da TAP, desbancando, assim, a oferta feita por Germán Efromovich, da Avianca. A decisão tomada pelo Conselho de Ministros aprovou a venda de 61% da companhia ao grupo formado por Neeleman e o empresário português Humberto Pedrosa.

O consórcio Gateway, formado por Neeleman e Pedrosa, terá 61% da TAP, estando 5% reservados aos trabalhadores, enquanto os 34% restantes permanecerão sob o controle estatal, ao menos por dois anos. Oficialmente, 50,1% do consórcio é controlado por Pedrosa, o que tem sido questionado pelos partidos de oposição ao atual governo. A alegação é a de que o controle financeiro é de Neeleman, o que poderia comprometer a legalidade do processo.

A oferta vencedora inclui o investimento de até € 350 milhões num curto prazo, podendo chegar aos € 488 milhões no próximo ano. Em termos estratégicos a oferta de Neeleman favorece o governo português, candidato a reeleição no final do ano, ao incluir um empresário local na operação. Segundo a imprensa portuguesa, Germán Efromovich estaria disposto a recorrer à justiça caso os novos donos da TAP não cumpram os requisitos de contrato no prazo determinado.

Apesar de a decisão ter sido tomada pelo governo português, a assinatura do contrato ainda depende da aprovação por parte das entidades reguladoras da União Europeia. Analistas acreditam que tal avaliação poderá postergar a venda por mais alguns meses, comprometendo, desse modo, a saúde financeira da já debilitada TAP. Além disso, o processo poderá ser utilizado pelo partido socialista, o principal opositor ao atual governo, que defende o controle estatal da empresa aérea.

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