Editorial - Edição 249
Redação Publicado em 22/02/2015, às 00h00
O voo inaugural do primeiro protótipo do programa KC-390 encheu de orgulho o brasileiro, entusiasta da aviação ou não. Desenvolvido pela Embraer para a FAB, o avião multimissão reforça a imagem do país como um dos principais polos aeronáuticos mundiais. Com a consolidação da transferência de tecnologias da Saab para produção do novo caça Gripen NG no âmbito do projeto F-X2, as oportunidades se ampliam. Mas muitos desafios ainda se impõem à indústria nacional, que não se restringe ao entorno de sua principal empresa, sediada em São José dos Campos, entre São Paulo e Rio de Janeiro. Conforme reportamos nesta edição, falta ao Brasil autonomia tecnológica em áreas estratégicas do mercado aeroespacial, como motorização e aviônica, para citar algumas das mais importantes. Apesar das conquistas da Embraer na integração de sistemas e patente de softwares, o país merece um plano de voo mais consistente em pesquisa e desenvolvimento, específico para aviação, num momento em que os pequenos fabricantes da aviação geral se estruturam para homologar projetos próprios ou explorar a emergente categoria ALE, ou LSA. Para ampliar sua competitividade global, esse grupo depende de um ambiente de engenharia no nível de certificação de tipo.
Na aviação executiva, abordamos um tema caro à segurança de voo, as missões single-pilot. Existem diversos aspectos a serem considerados na hora de definir a tripulação de um voo, e nem sempre o dono da aeronave tem todas as informações necessárias para tomar essa decisão. Daí a ideia de apontarmos as principais perguntas que um operador deve levar em conta antes de optar ou não por decolar com apenas um piloto a bordo, o que vale para aviões e helicópteros.
Ainda no campo da segurança de voo, publicamos um artigo sobre o estol em altitude, situação que vem chamando a atenção da comunidade aeronáutica desde o acidente com o A330 da Air France em 2009. Diante das informações preliminares do desastre com o A320 da AirAsia, parece oportuno reiterar a importância do treinamento em simulador da perda de sustentação em nível de cruzeiro.
Bom voo,
Giuliano Agmont e Christian Burgos