O que Marty McFly veria de diferente nos aeroportos do mundo ao viajar no tempo de 1985 para 2015
Redação Publicado em 21/10/2015, às 16h00 - Atualizado às 19h03
Hoje é a data de chegada do DeLorean da trilogia De Volta Para o Futuro (Back to the Future) ao futuro. No segundo filme da saga, os amigos Marty McFly e "Doc" Brown chegam a Hill Valley de 2015.
Para comemorar a data, muitos sites criaram ações especiais. O Flight Radar 24, por exemplo, disponibilizou a imagem do DeLorean em viagem temporal. Também fizemos nossa brincadeira e mostramos o que mudou na aviação entre 1985 e 2015.
A dupla não teria como viajar na Pan American World Airways, a outrora gigante da aviação faliu em 1991. Não haveria também a opção de voar com a rival TWA. A empresa que por décadas disputou o mercado internacional com a Pan Am foi absorvida pela American Airlines em 2001. Outros ícones da aviação também deixaram de existir, como Eastern Eastern Air Lines, Swissair, Varig, entre outras.
Na época do filme, a Airbus começava a aumentar o ritmo de entregas do A310, introduzido no mercado dois anos antes. Não existiam muitas informações sobre o projeto do A320, que hoje é presença constante nos principais aeroportos do mundo.
Se a ideia fosse voar no moderno MD-83, que realizou seu primeiro voo em 1985, as chances seriam mínimas. Nem mesmo no MD-90, que voou pela primeira vez em 1993, ou no Boeing 717 (ex-MD95), a tarefa seria simples. Provavelmente, a viagem seria realizada num Embraer 190/195 Great Scott!
Seriam improváveis ainda voos internacionais num Boeing 747-400, que havia sido anunciado em 1985, e contava com uma série de inovações em relação à série -300, como apenas dois tripulantes no cockpit e instrumentos digitais similares aos do 767. Em 2015, os amigos teriam a surpresa de saber que essa variante está sendo desativada e que com sorte poderiam voar para alguns destinos no 747-8, maiores e ainda mais modernos. Tal viagem intercontinental seria realizada quase que certamente num Boeing 777-300ER, o modelo de grande capacidade e longo curso da família 777, o best seller da Boeing.
Se fossem voar numa empresa norte-americana provavelmente voariam num 777-200ER, que entrou em serviço pela United Airlines em 1995. Incrivelmente, a United Airlines passou a voar para diversos destinos além dos EUA, ao lado da American Airlines e da Delta Air Lines.
Imagine a surpresa em saber que o Jumbo não é exatamente um jumbo, que os europeus da Airbus criaram um avião ainda maior, de dois andares com corredores duplos. O A380 realizou seu primeiro voou em 2005 e hoje voa em grande parte das empresas da Europa e da Ásia.
Se avistar um A380 não fosse surpresa o bastante, imagina saber que o Boeing 787 é produzido em compósito. Um avião de plástico!
Em 1985, algumas revistas especializadas citavam que a McDonnell Douglas lançaria um DC-10 alongado e modernizado. Seria difícil imaginar que o avião foi aposentado no ano passado, ao realizar seu último voo pela KLM.
Os poucos cargueiros estão sendo substituídos por Boeing 777F e Airbus A330F. A propósito, o Airbus A330 lançado em 1987 era a versão bimotor do A340, este último operado por cada dia menos companhias aéreas ao redor do mundo.
A Embraer produzia o Brasília e agora está prestes a realizar o roll-out do E-Jet E-2. Já a Bombardier, que fazia trens, também produz aviões. No passado, rivalizou com os ERJ 145 com a série CRJ. Hoje, luta para viabilizar o CSeries, um avião com uma série de inovações, como um motor até 15% mais econômico do que os lançados uma década depois do início da viagem no tempo.
Em 1985, a Boeing anunciava o lançamento do 737-400, versão alongada da série -300 que começou a voar um ano antes. Hoje, apenas algumas empresas aéreas, especialmente cargueiras, voam com o modelo.
Agora, se fossem até o aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, esperando voar em menos de 4h para Paris ou Londres, descobririam que o Concorde foi aposentado em 2003.
Se o Boeing 737NG, que começou a operar em 1997, parece moderno, espere só até os amigos descobrirem que a Boeing já lançou seu substituto, o 737 MAX e a Airbus, o A320neo. Em 1985, aviação de negócios era algo em franco crescimento.
Hoje, realidade nos principais aeroportos de EUA, Brasil e Europa. Existem aviões para todos as necessidades e bolsos, do Phenom 100 ao Gulfstream G650. Imagine o susto ao saber que a União Soviética não existe mais e que os russos hoje produzem boa parte das peças utilizadas por Airbus, Boeing, Embraer e até mesmo NASA.
O SSJ 100 é um projeto ítalo-russo, um avião regional produzido utilizando peças e conceitos ocidentais. A China deverá lançar em dois anos o Comac C919 e estuda um avião intercontinental. Great Scott!