Detalhes mostram que pode ter havido falha no sistema de geração de dados de altitude e velocidade
Por Edmundo Ubiratan Publicado em 29/10/2018, às 16h00 - Atualizado às 16h57
Lion Air é uma das maiores clientes da família 737 MAX
As autoridades indonésias confirmam a queda de Boeing 737 MAX 8 da Lion Air, que ocorreu logo pouco após decolar de Jacarta.
O voo JT610 decolou de Jacarta para Pangkal Pinang, na região de Bangka-Belitung, às 6h20 de hoje (20h20 do dia 28, no Brasil), quando 13 minutos depois reportou que estava retornando ao aeroporto. A aeronave desapareu dos radares instantes depois.
As autoridades ainda trabalham na remoção das vítimas, para em seguida as equipes de investigação aeronáutica poderem iniciar o trabalho de identificação das causas do acidente.
O avião acidentado, PK-LQP, foi entregue a Lion Air em agosto, contando com pouco mais de dois meses de uso. Todavia, dados do diário de bordo mostram que o avião ontem havia reportado uma falha na fonte do sistema de indicação de altitude e velocidade. Os dados do logbook apontam que houve disparidade entre os dados apresentados entre os instrumentos de voo do comandante e do copiloto. Mesmo não podendo ser relacionada a pane anterior ao acidente, caso possa ter ocorrido um problema semelhante no voo JT610, a falha no sistema que pode ter gerado uma leitura errada das indicações de altitude e velocidade.
Dados do voo registrados pelo site Flight Radar 24 mostram variação nos parâmetros de altitude (azul) e velocidade (amerelo). Acima projeção no mapa mostra momento que aeronave some nos radares.
Uma falha semelhante, embora sem qualquer relação com o voo JT610, ocorreu com o voo Air France 447, que perdeu os dados de altitude e velocidade. O caso mostra que uma falha no processamento de tais informações pode levar os pilotos a perderem completamente a consciência situacional do voo, podendo levar a aeronave a queda mesmo tomando atitude corretas em um voo normal.