Marcada por otimismo e bons negócios, maior feira de aviação executiva da América Latina bate recorde de público e se consolida como um dos principais eventos do calendário aeronáutico mundial
Giuliano Agmont E Santiago Oliver/ | Fotos Rodrigo Cozzato Publicado em 04/09/2012, às 12h11 - Atualizado em 27/07/2013, às 18h45
Um clima de otimismo marcou a nona edição da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition), a maior feira de aviação executiva da América Latina. Realizada mais uma vez no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), a feira bateu seu recorde de público, com 16.722 visitantes, cerca de 1.000 pessoas a mais do que em 2011, e se consolidou como um dos principais eventos do calendário aeronáutico mundial, sobretudo no mercado de aeronaves usadas em missões privativas.
Além do fluxo intenso de pessoas, o assédio de potenciais compradores e a assinatura de contratos surpreenderam os 190 expositores do evento. A impressão era a de que, depois de um período de paralisia por conta da instabilidade cambial, o mercado se reacomodou diante do novo patamar do dólar em relação ao real e voltou a comprar. Várias negociações foram iniciadas ou até mesmo concretizadas na feira, incluindo a venda de aeronaves. Ao longo de três dias, 70 aeronaves estiveram expostas, e o evento reuniu fabricantes, empresas nacionais e estrangeiras, operadores de táxi-aéreo, oficinas de manutenção, interiores, equipamentos e serviços em geral, além de órgãos públicos e demais organizações do trade.
"Estamos muito contentes com o resultado da Labace deste ano e animados com o crescimento do setor", comemora Eduardo Marson, presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), organizadora da Labace. A frota da aviação geral no Brasil cresceu 6,4% de 2010 para 2011, de acordo com a segunda edição do Anuário Brasileiro de Aviação Geral, lançada pela entidade. A frota de jatos foi a que mais cresceu, cerca de 15% em 12 meses. A publicação mostra o crescimento da frota brasileira, divide as aeronaves por tipo e uso e ainda faz um estudo aprofundado da movimentação da aviação geral nos principais aeroportos brasileiros.
Para José Efromovich, sócio do Grupo Synergy, que representa a Bombardier no Brasil por meio da Synerjet, a Labace vem se fortalecendo a cada ano e já está consolidada. "Apesar dos possíveis problemas com relação ao PIB (Produto Interno Bruto), a feira cresce e o mercado se expande", avalia o executivo, ao lado de uma das estrelas do evento, o jato corporativo Global 6000. "O desafio agora é a oferta de espaço, a aviação executiva cresce mais do que a infraestrtura de solo do país para aeronaves de menor porte".
ONDE SERÁ A PRÓXIMA EDIÇÃO?
Como vem ocorrendo desde que concentrou os estandes e a exposição estática de aeronaves no mesmo local, a Labace tem crescido consistentemente. A cada ano, mais aeronaves e expositores prestigiam o evento, e a pergunta que fica no ar é a mesma de sempre: onde será realizada a próxima Labace? Neste ano, o local só ficou definido no mês de fevereiro. Por enquanto, a única coisa que se sabe do próximo evento é a data: de 14 a 16 de agosto de 2013.
José Efromovich e José Eduardo Brandão, da Synerjet, representante da Bombardier no Brasil, que promoveram a estreia do Global 6000 na feira: "Labace se fortalece a cada ano" | Ricardo Zuccolo, do Helicentro, representante da MD Helicopters no Brasil, que expôs pela primeira vez na feira o MD Explorer, o MD500 e o MD600, todos sem rotor de cauda: "Menos ruído e mais segurança" |
Francisco Lyra, da CFLY, parceira da JHS-F no empreendimento que pretende abrigar primeiro aeroporto executivo de São Paulo: "Pista compatível com quase todos os jatos" | David Worcman, da Premier, distribuidor do Pilatus PC-6, pretende entregar três aviões até o fim deste ano: "Labace coincidiu com acomodação de mercado depois da valorização do dólar" |
Thomas Bosshard, presidente da Pilatus Business Aircraft, ao lado do PC-12: "Um avião com cabine de jato médio, mas que sai pela metade do preço e tem metade do custo operacional" | Gualter Pizzi, da Audi Helicópteros, que representa a Robinson: "Três helicópteros vendidos na feira. O mercado voltou a comprar. Nosso prazo de entrega do R66 é de 14 meses" |
O presidente e CEO da Dassault Falcon mantém o otimismo no Brasil. Jean Rosanvallon (foto) promete entregar oito jatos no país até o fim do ano, o que representa 10% de suas vendas totais. "Temos mais de 40 aviões de cabines grandes no país, mais ou menos 60% do mercado", diz. Durante a Labace, o executivo antecipou informações sobre o novo jato executivo da Falcon, cujo codinome ainda é SMS: "Estamos engajados no programa e daremos detalhes em 2013. O primeiro voo está marcado para antes do final de 2014. Iremos começar as entregas no segundo semestre de 2016. Será a nova geração do Falcon, uma aeronave totalmente nova: nova asa, fuselagem diferente, motor novo, mas mantendo sistema fly-by-wire, que é um conceito bem-aceito. Seja como for, antes do anúncio oficial, ainda pretendemos compartilhar detalhes do novo jato com alguns compradores em potencial. O ano que vem será importante para nós, pois vamos anunciar um novo produto no ano em que completamos 50 anos do primeiro voo do Falcon 20, que continua operando". |
Congonhas é apontado como o local ideal para abrigar a Labace, pelo menos do ponto de vista geográfico, já que está no centro de São Paulo. Porém, há incertezas em relação ao destino que será dado à área pela Infraero, além da falta de espaço disponível para a exposição e das difi- culdades para pousar e decolar do aeroporto. Ano a ano, chalés e aeronaves vão ficando cada vez mais apertados, e até o pavilhão de estandes teve os seus corredores mais estreitos, para poder incorporar mais um. Se não fosse por isso, a Labace poderia crescer muito mais, pois meses antes do evento praticamente todos os espaços já estavam vendidos e seria impossível aceitar mais expositores de porte. Nos chalés da Labace, as palavras dos porta-vozes das empresas foram praticamente as mesmas: otimismo, lançamento de modelos, vendas em alta e a confiança inabalável no mercado brasileiro. Na área dos aviões, três aeronaves foram expostas pela primeira na Labace, com destaque para o Global 6000, da Bombardier, um dos mais luxuosos e sofisticados aviões executivos já construídos. A aeronave oferece conforto e desempenho ainda maiores que os seus antecessores, assim como a mais avançada tecnologia desenvolvida pelo fabricante canadense.
O Lineage 1000 da Embraer também foi apresentado pela primeira vez na Labace. Quando o fabricante brasileiro - o terceiro maior da indústria aeronáutica - iniciou a concepção dessa aeronave, identificou a oportunidade para a criação de uma experiência diferenciada, com um ambiente identificado como "Home away from home" (A casa longe de casa).
A Embraer também anunciou ter atingido um marco importante no programa do jato executivo da categoria mid-light Legacy 450, com a usinagem da primeira peça, oficializando o início da fabricação do primeiro protótipo. Enquanto isso, o Legacy 500 s/n 001 avança em seu programa de testes de pré-voo, tendo concluído testes de taxiamento, testes de vibração em solo e os testes do sistema de combustível. A aeronave está dentro do cronograma para o primeiro voo em 2012. A terceira novidade em termos de aviões ficou por conta do Kodiak, da neozelandesa Quest Aircraft . Trata-se de um monomotor turbo-hélice de configuração semelhante à do Caravan, porém mais robusto e com o trem de pouso preparado para operar nas mais difíceis condições. Além disso, os seus enormes flaps sugerem uma boa capacidade STOL.
Também fazendo a sua estreia na Labace estava o Catarina, um aeroporto executivo de projeto inovador, como podia ser visto na enorme maquete instalada em frente ao pavilhão de estandes. A construtora JHS-F pretende lançar em breve esse empreendimento, que estará localizado no quilômetro 60 da Rodovia Castello Branco, a cerca de 30 minutos da Marginal do Rio Pinheiros, em São Paulo. O projeto prevê reunir um shopping center, residências de alto padrão, um centro empresarial de última geração, distritos para desenvolvimento de hotel, centro de convenções, campus universitário, centro médico-hospitalar e aeroporto executivo, permitindo a conexão de seus usuários para qualquer lugar do Brasil e do mundo.
Em uma área de aproximadamente 2 milhões de m², o aeroporto será desenvolvido em fases e contará com duas pistas: uma de 2.470 m e a outra de 2.000 m (sem considerar as áreas de final de pista - RESA), concebidas também para receber voos intercontinentais, além de áreas destinadas a hangaragem e pátio. O comprimento das pistas permitirá o peso máximo de decolagem de 99% dos modelos de jatos corporativos existentes e será o primeiro aeroporto brasileiro com esse dispositivo.
Eduardo Marson, da Abag e da Helibras, representante da Eurocopter no Brasil: "A frota de aviação executiva aumentou 6,4% de 2010 para 2011, o mercado está animado com esse crescimento" | Francois Chazelle, da Airbus, que mostrou pela segunda vez no Brasil o ACJ318: "Nossos jatos executivos oferecem espaço de sobre para os passageiros descansarem ou trabalharem" |
Fabrizio Romano, da AgustaWestland, no mock-up do AW169 mostrado em São Paulo: "Reunimos cerca de 130 operadores em um seminário do AW169 na semana da feira. Um sucesso" | Sergio Beneditti, da Cirrus Brasil: "Mais de 500 unidades do Vision já foram vendidas. O jato, que deve começar a ser entregue em 2015, custa hoje cerca de US$ 1,9 milhão" |
João Velloso Filho, filho de João Velloso, do Helipark, passa a integrar a equipe da Helicargo, que levou à Labace o helicóptero russo Kamov Ka-32A: "É um novo mercado que vamos explorar" | Breno Corrêa e Marco Túlio Pellegrini, da Embraer, a bordo do Lineage 1000: "É um produto na faixa de preço dos jatos executivos de ultralongo alcance, mas com uma cabine maior" |
Larry Flynn (foto) assumiu a presidência da Gulfstream há um ano, pouco antes da Labace 2011. Nesse período, o executivo acompanhou de perto tanto a crise financeira nos mercados maduros como o desenvolvimento dos dois novos produtos da marca, o G280 e o G650. "No ano passado, mais de 70% dos nossos negócios aconteceram fora dos Estados Unidos, sendo metade desses 70% na China. Desde o último quarto do ano passado, porém, as coisas mudaram e os Estados Unidos deram uma grande virada, passando a responder por 60% de nossas vendas", diz Flynn. Segundo ele, os interiores novos dos aviões Gulfstream estão totalmente remodelados e isso será aplicado para todos os aviões da marca. "Nossos aviões têm 100% de ar renovado". Em relação aos novos G280 e G650, ele destaca a importância da velocidade nas viagens. "Em um voo de 7 horas, ganhar um ou duas horas significa fazer uma reunião a mais ou chegar mais cedo em casa para ficar com a família. E é isso que se ganha quando aumentamos a velocidade em .1 ou .2 Mach, o que é o caso de nossos novos jatos". |
Do lazer para o trabalho, investidores catarinenses prometem erguer um dos mais sofisticados condomínios aeronáuticos do país, em Florianópolis. Trata-se do Fly Ville, cuja planta foi apresentada durante a Labace com 281 lotes e mais pista asfaltada de 1.220 metros, 71 hangares, dois helipontos, terminal de passageiros, posto de abastecimento e pátio para estacionamento de aeronaves. "É uma área privilegiada do Sul do país. Devemos começar a entregar os lotes em 36 meses", prevê Pedro Luiz Meller, da construtora Locks.
NEGÓCIOS EM ALTA
Os principais representantes da indústria aeronáutica mundial marcaram presença na Labace 2012, todos de olho no crescimento do mercado brasileiro. "No segmento de jatos, o mercado cresceu mais de 15% em 12 meses", disse Eduardo Marson, presidente da Abag.
O novo jato Eclipse 550, que acaba de ser certificado pela Anac, e por isso não pôde ser exposto na feira como no ano passado, volta a ganhar força. Em junho último, a Eclipse Aerospace anunciou o início de produção do novo jato bimotor e espera produzir de 50 a 100 aeronaves por ano. Agora, com uma nova rede de distribuidores pelo mundo, incluindo o Brasil com a AirStream, e a certificação da FAA, as entregas começarão em 2013. O Eclipse 550, que custa US$ 2,65 milhões (FOB), será uma aeronave tecnologicamente avançada, com design que utiliza a mesma fuselagem e a central elétrica do conhecido modelo EA-500, ao lado de significativas inovações nos sistemas desenhados para melhorar não só as operações, mas os custos operacionais diretos, tecnologia, conforto e desempenho.
A Dassault Falcon anunciou que planeja entregar pelo menos mais seis jatos Falcon no Brasil este ano e investir ainda mais na expansão de seu Centro de Serviços em Sorocaba, no interior de São Paulo, para atender à demanda atual e à futura. "O Brasil é uma economia dinâmica e bem diversificada, com um crescimento saudável do PIB", afirma John Rosanvallon, presidente e CEO da Dassault Falcon. "Temos visto países como o Brasil se tornarem o epicentro de recuperação dos negócios da aviação ao longo dos últimos anos. E o país está com um papel cada vez mais importante no cenário global".
A Embraer, que levou pela primeira vez o Lineage 1000 para a Labace, destacou também o início das obras de seu novo Centro de Serviços, em Sorocaba, interior de São Paulo. De acordo com Edson Carlos Mallaco, diretor de Suporte e Serviços ao Cliente, o centro incluirá hangares, salas VIP, salas de reunião para clientes e salas de descanso para tripulação, além de escritórios administrativos. Com 20.000 m² de área, oferecerá uma ampla variedade de serviços de manutenção, reparos e revisão, assim como terminais de embarque e desembarque de passageiros, permitindo o máximo de flexibilidade operacional a seus clientes. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2013.
Já a Hawker Beechcraft anunciou que a primeira aeronave de um cliente no programa de atualização Hawker 400XPR está passando atualmente pela atualização de sistema de aviônicos Rockwell Collins Pro Line 21 na unidade de serviços Hawker Beechcraft em Atlanta, Geórgia. A atualização de aviônicos é o primeiro componente do Programa 400XPR a receber a certificação Federal Aviation Administration (FAA).
A Líder Aviação, representante da Hawker Beechcraft no Brasil, foi uma das primeiras a anunciar uma venda na feira, um Baron G-58. Philipe Figueiredo, diretor de Vendas da Líder, garante que os negócios continuam, mesmo com as conversas em torno da venda da companhia norte-americana para investidores chineses. "Nos últimos cinco anos, entregamos 232 aeronaves novas, sendo 80% de turbo-hélices e aviões a pistão e 20% de jatos. Vamos manter o ritmo", diz o executivo. A Líder também lançou durante a 9ª Labace o Líder Share, seu programa de venda de aeronaves compartilhadas. A compra fracionada possibilita que o cliente divida as despesas de operação e manutenção da aeronave, que são repartidas em "cotas". No caso da Líder, serão até quatro cotistas por avião.
Philipe Figueiredo, da Líder Aviação, representante da Hawker Beechcraft: "Entregamos 232 aeronaves novas no Brasil nos últimos cinco anos, 80% turbo-hélices e aviões a pistão e 20% jatos" | Richard Emery, presidente da Hawker Beechcracft para as Américas: "O Brasil se consolida a cada ano como nosso segundo maior mercado fora dos Estados Unidos |
John Bingham, da Piaggio América, e Rogério Montalvão, da Algar Aviation, que também representa a Daher Socata: "Labace é oportunidade de negócios em um mercado emergente" | Leonardo Fiuza, da TAM Aviação Executiva, representante da Cessna: "Negócios fechados na feira e anúncio de upgrade no alcance do Latitude, que poderá voar 4.630 km" |
O diretor de Vendas e Desenvolvimento de Negócios da Piper Aircraft se mostrou entusiasmado no estande montado por sua representante no Brasil, a JP Martins. Sorridente, Drew McEwen (foto) dá a devida atenção para seu maior mercado fora dos Estados Unidos. "O Brasil representa por volta de 25% das nossas vendas. E tivemos um ano muito bom em relação ao ano anterior, principalmente do Seneca, que é o líder em vendas no país", avalia o executivo. "Temos visto também muitos clientes do Matrix migrando para o Meridian. Eles acumulam horas no Matrix e depois querem um pouco mais de velocidade, querem pressurização, e vão para o Meridian. O Meridian é o mais econômico dos monoturbo-hélices, e o que tem o melhor preço. Temos alguns pedidos de Meridian que pretendemos entregar ainda este ano". Em relação ao mercado mundial, McEwen diz que a Piper está produzindo mais neste ano do que em 2011, mas nada comparável a 2007. |
O Airbus ACJ318 foi destaque na Labace. "Quando se trata de jatos executivos, o que conta é o que você oferece na cabine e, com a família de aeronaves mais moderna e ampla do mundo, a Airbus pode oferecer tudo desde 19 assentos com alcance internacional, até aeronaves VIPs de fuselagem larga capazes de transportar delegações governamentais em voos direto para a maior parte do mundo", comenta o diretor de Operações da Airbus, John Leahy.
Do maior para um dos menores aviões do evento, a Cirrus vem caminhando rapidamente com seu check list de construção do C-Zero, protótipo do seu jato leve, o Vision. Alguns avanços tecnológicos já podem ser contabilizados, como seleção da sequência de construção, protótipo de testes de selagem e travamento da porta, planejamento dos testes do sistema de paraquedas. As próximas áreas que tomarão a atenção dos engenheiros serão as ferramentas de montagem e o aperfeiçoamento dos desenhos com tecnologia CAD. O Vision custa hoje, a preço de tabela, US$ 1,960 milhão. Até o momento, mais de 500 unidades já foram encomendados. Segundo a Cirrus, as primeiras entregas estão programadas para 2015.
Já a Cessna anunciou um upgrade no alcance máximo do jato executivo de médio porte Latitude, ainda em fase de desenvolvimento. Anteriormente a previsão era voar 2.300 milhas (4.260 km), porém a nova performance possibilitará alcançar 2.500 milhas (4.630 km). Isso significa um aumento de 9% no alcance máximo da aeronave. Anunciado em outubro de 2011, o Latitude poderá transportar dois pilotos e até nove passageiros. A novidade do modelo fica por conta do piso da cabine de passageiros, que será totalmente plano, fornecendo mais espaço interno aos passageiros (1,83 m de altura por 1,95 m de largura). O protótipo do Latitude deve realizar o primeiro voo em 2014 e entrar em operação no ano seguinte.