Modelo chinês para aviação prevê conquistar um quarto do mercado global em uma década
Edmundo Ubiratan Publicado em 04/01/2018, às 12h30 - Atualizado às 12h40
A produção do novo avião turbo-hélice chinês, o MA700, foi iniciada na última semana de 2017, segundo o comunicado oficial da estatal Avic (Aviation Industry Corporation of China).
O primeiro avião entrou em linha de produção no dia 28 de dezembro, nas unidades de Zi’an e em Shenyang, ambas no noroeste da China.
As primeiras estruturas em produção são parte dos flaps e componentes da porta de cargas. A previsão é que as estruturas completas sejam produzidas ao longo dos próximos meses, com a finalização do protótipo ainda este ano.
O MA700 foi anunciado em meados de 2007, como uma proposta chinesa para competir no mercado de aviação regional. Projetado para acomodar entre 78 e 85 passageiros, o modelo terá um peso máximo de decolagem de 27 toneladas, e características de voo de alta performance. Embora dados de velocidade, payload, motorização entre outros não tenham sido divulgados, a própria Avic divulga seu modelo como um avião de alta velocidade e baixo custo operacional. O que na teoria coloca o MA700 num patamar entre os atuais ATR72 e Q400.
Até o momento o MA700 possui 185 pedidos firmes, de 11 clientes, incluindo empresas do Camboja, África do Sul, Paquistão, Bahrain e Nepal. A previsão é que o primeiro voo ocorra em novembro de 2019, com a certificação sendo emitida pelas autoridades chinesas até 2021.
O ingresso da China no mercado de aviação comercial avança em passos largos, com projetos em todos os segmentos do transporte aéreo regular, do regional ao alcance intercontinental.
A previsão do governo chinês é chegar ao final da década de 2020 com aproximadamente 25% do mercado global de aeronaves comerciais. Caso os modelos locais obtenham êxito no mercado doméstico chinês, que deverá ser o com maior crescimento nos próximos anos, a meta será facilmente obtida e representará um duro golpe contra os principais fabricantes do mundo.
Recentemente a China adquiriu o controle da austrica Diamond Aircraft [leia mais], líder no segmento de bimotores leves.