Potência asiática espera contar com a mais moderna força aérea do mundo
Por Ernesto Klotzel e Edmundo Ubiratan Publicado em 06/11/2018, às 17h09 - Atualizado às 17h37
J-10 em apresentação com motor de empuxo vetorial
A China apresentou ao mundo seus novos caças invisíveis ao radar (stealth) durante a abertura do Airshow China 2018, que ocorre na cidade de Zhuhai, na província de Cantão. O destaque ficou por conta da apresentação de três Chengdu J-20, o caça pesado chinês, que possui características de voo próximas do norte-americano F-22 Raptor.
A primeira aparição do modelo ocorreu em 2010, quando fotos mostravam o caça realizando alguns testes de solo. Na ocasião diversos analistas duvidaram das capacidades chinesas de produzir um avião furtivo com tecnologia própria. Menos de uma década depois a China avança em ritmo acelerado na produção de diversos projetos avião de baixa visibilidade ao radar. Avanços em pesquisa e produção ocorre em um ritmo quase dez vezes mais rápido do que nos Estados Unidos. O J-20 deverá se tornar o principal avião de combate da força aérea chinesa.
J-20 deverá ser o principal caça chinês
Em 2012 também foi revelado o Shenyang FC-31, um caça stealth leve, com características próximas do rival F-35 Lightning II, com o programa avançando rapidamente. Além disso, durante o Airshow China, o caça Chengdu J-10B realizou sua primeira apresentação pública com motor de empuxo vetorial (TVC).
Dentro do famoso sigilo chinês, analistas ocidentais acreditam que é provável que o motor seja uma versão avançada do Shenyang WS-10, equipado com um bocal articulado. O empuxo vetorial pode melhorar a manobrabilidade do avião em situação de combate, já que ele não depende exclusivamente das superfícies aerodinâmicas de controle instaladas nas asas e estabilizadores. Aviões chineses avançados como o J-20 e o FC-31 não são equipados com sistemas de empuxo vetorial, utilizado apenas por um pequeno número de caças no mundo, com destaque para os F-22, Su-30/35 e Su-57.
A aparição do J-10B durando o maior evento aéreo da China, que reúne centenas de delegações estrangeiras, sugere uma confiança crescente do país na produção doméstica de motores e de tecnologias furtivas. A aplicação primária do WS-10 incluiu a família J-10 e J-11, este último uma cópia chinesa do russo Sukhoi Su-27.
O governo chinês tem ampliado seu esforço em criar uma força militar capaz de manter o equilíbrio do país no sudeste asiático. Embora sem pretensões de ser uma potência militar global, a China espera contar em breve com uma poderosa capacidade de se contrapor as forças militares dos Estados Unidos e Rússia.
Especialistas chineses acreditam que os Estados Unidos deverão em breve posicionar uma grande quantidade de aeronaves e navios em bases localizadas próximas a China, especialmente após as ameaças do presidente Donald Trump em relação aos acordos comerciais dos dois países.