Déficit de pilotos faz remuneração disparar nos EUA

Com salários médios acima de US$ 200 mil, a carreira de piloto ganha destaque nos EUA

Por Marcel Cardoso Publicado em 15/07/2025, às 09h42

Salários médios acima de US$ 200 mil, alta demanda e programas de formação impulsionam carreira na aviação, apesar dos custos elevados de entrada - Divulgação

A crescente demanda por pilotos comerciais, impulsionada pela retomada do setor aéreo e pela aposentadoria em massa de profissionais durante a pandemia de covid-19, tem elevado os salários e ampliado as oportunidades na aviação.

De acordo com a empresa especializada Thrustflight, o salário médio de um piloto nos Estados Unidos ultrapassa os US$ 200.000 (R$ 1,11 milhão) anuais, configurando uma das profissões mais bem remuneradas do país.

A remuneração de um piloto pode variar de acordo com a companhia aérea, tipo de aeronave operada, rotas voadas e a experiência acumulada. Pilotos seniores de voos internacionais de longa distância, por exemplo, recebem significativamente mais do que primeiros-oficiais em voos regionais. Em companhias como a American Airlines, comandantes experientes podem ganhar até US$ 500.000 (R$ 2,78 milhões) por ano.

Para ingressar na profissão, é necessário um extenso processo de formação. Nos EUA, os candidatos devem obter licenças emitidas pela agência federal de aviação do país, a FAA, começando pela Licença de Piloto Privado, seguida pela Licença de Piloto Comercial e, por fim, a Licença de Piloto de Transporte de Linha Aérea. Esta última exige no mínimo 1.500 horas de voo, além de exames teóricos e práticos rigorosos.

Segundo o Bureau of Labor Statistics, o salário mediano de pilotos de linha aérea e engenheiros de voo gira em torno de US$ 239.000 (R$ 1,33 milhão), com projeção de crescimento de 6% até 2032. Esse avanço será impulsionado pela ampliação de frotas, aumento nas viagens internacionais e necessidade de reposição de profissionais.

Além dos altos salários, os pilotos se beneficiam de vantagens como planos de saúde e aposentadoria, hospedagens pagas durante escalas e passagens aéreas com descontos significativos. Em algumas companhias, é possível viajar gratuitamente e até ser promovido para classes superiores em voos, dependendo da disponibilidade.

O mercado de trabalho também é impactado pela localização. Pilotos baseados na Califórnia tendem a receber mais do que colegas em estados como Texas ou Flórida. Além disso, a base da companhia aérea empregadora pode influenciar diretamente nas oportunidades de carreira. Empresas como Delta, United e American Airlines operam em múltiplas cidades, exigindo flexibilidade dos profissionais.

Para muitos aspirantes, o custo da formação é um obstáculo. O treinamento é exigente e financeiramente elevado, o que levou diversas companhias a criar programas de formação de cadetes. Essas iniciativas visam atrair novos talentos, oferecendo treinamento subsidiado em troca de comprometimento com a empresa.

À medida que a aviação se adapta a novas tecnologias e regulamentações, a carreira de piloto continua oferecendo um caminho promissor, com possibilidades de atuação global, aprendizado contínuo e estabilidade profissional.

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